Vaticano encontra indícios graves contra padre
INVESTIGAÇÃO Roma analisou os factos, ouviu testemunhas e pode decidir afastar Luís Miguel Costa da Igreja INSTRUÇÃO Padre vai a julgamento. Advogados têm visões diferentes sobre crimes
OVaticano também investigou o caso que envolve o padre LuísMiguelCosta e encontrou “indícios graves que podem levar ao afastamentodosacerdote da Igreja Católica”, disse ao CM fonte próxima da Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis de Viseu. O caso foianalisado pela Congregação para a Doutrina da Fé, órgão da Santa Sé sediado em Roma, mas já regressou à Diocese de Viseu. “Foram ouvidas mais testemunhas para complementar o processo, mas o que lá está é claro e compromete, e de que maneira, o padre Luís Miguel
Costa. Agora, a Igreja também esperaporum veredito do Tribunal Comum para tomar uma decisão”, garantiu a mesma fonte. A defesa do padre nega que existam indícios que o levem a um tribunal eclesiástico.
Ontem, o juiz de instrução do Tribunal de Viseu decidiu levar o padre, de 46 anos, a julgamento. Isso significa que também encontrou indícios fortes que podem levar à aplicação de uma pena. O padre vinha acusado pelo Ministério Público de um crime de coação sexual agravado, na forma tentada, e de um crime de aliciamento de menores para fins sexuais. Na divulgação da juíza presidente do
PORMENORES
“Quero chupar-te”
Nas mensagens enviadas ao rapaz, o padre escreveu “quero chupar-te”. Luís Miguel Costa alegou que estava a referir-se aos dedos do menor, que os estaria a colocar na boca, comportamento que considerou ser inadequado.
Indemnização de 30 mil €
A defesa do rapaz alega que o menor está a sofrer danos psicológicos graves, sente-se incomodado e frustrado com a situação e, por isso, exige uma indemnização nunca inferior a 30 mil euros. O menor anda triste, nervoso e ansioso, e recusa participar em outros convívios.
Tribunal de Viseu lê-se “coação sexual, na forma tentada”. Para a defesa do padre estamos perante “uma diminuição da moldura criminal”. Já para a advogada do menor, “os crimes não se alteraram, houve um lapso e na segunda-feira será pedido um aclarar da decisão”.
Recorde-se que o caso aconteceu a 27 de março do ano passado numa adega, em São João de Lourosa, em Viseu. O padre ficou sentado junto ao rapaz e desde o primeiro momento mostrou vontade em relacionar-se sexualmente com ele. Junto à casa de banho puxou-o e tentou à força beijá-lo na boca o que só não aconteceu porque o menor, hoje com 16 anos, virou a cara para o lado. Enviou ainda mensagens de cariz sexual.n
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