Correio da Manhã Weekend

LUÍS FREIRE “TÍTULO FOI O COROAR DE ANO FANTÁSTICO”

- PAULO JORGE DUARTE TEXTO JOSÉ COELHO/LUSA FOTO

Mais Sport - Que sentimento o marca depois de conseguir o regresso do Rio Ave à Liga e o título de campeão? Luís Freire - Claramente satisfeito, com um sentimento de realização, de que valeu a pena todo o esforço que fizemos e ainda de orgulho por fazer parte desta conquista que vai ficar na história do clube.

-Foi um campeonato de trás para a frente?

- Mais ou menos. Tivemos um arranque muito bom mas, a meio do ano, passámos uma altura mais complicada, em que perdemos alguns jogos em casa, por vários fatores. No início do ano tivemos problemas devido à Covid-19. No entanto, sempre estivemos na zona de subida, nos lugares cimeiros da tabela, o que nos permitiu acabar em grande.

- Devolver à Liga um clube com pergaminho­s também é especial?

PERFIL

LUÍS CARLOS BATALHA FREIRE nasceu em 3 de novembro de 1985 (36 anos), na Ericeira. Iniciou a carreira de treinador em 2008/09 na formação do Juventude de Évora. Nas épocas seguintes, integrou as equipas técnicas do Mafra, Tondela e Oriental. Como treinador principal estreou-se no Ericense, passando depois por Pêro Pinheiro, Mafra, Estoril, Nacional e Rio Ave. No currículo, apresenta como títulos mais relevantes a conquista de um Campeonato de Portugal ao serviço do Mafra em 2017/18 e esta temporada sagrou-se campeão da II Liga pelo Rio Ave, garantindo a subida dos vila-condenses à Liga. Tem mais um ano de contrato , mas falta-lhe o curso para treinar na Liga - A responsabi­lidade que tínhamos era muito grande, pois o Rio Ave tem feito participaç­ões de grande valor na Liga. Sabíamos que, embora o clube tivesse descido na época anterior, é olhado no futebol português como um clube de Liga e com pergaminho­s muito fortes no futebol português. Tínhamos essa responsabi­lidade, e o trabalho árduo de conseguir ajudar o clube a reformular-se para voltar à Liga, para depois conseguir reunir os protagonis­tas e os jogadores para chegarmos novamente ao escalão principal.

- É muito jovem.

Como analisa a sua carreira. - Tem sido uma carreira crescente, em que o sucesso desportivo me permite chegar novamente à Liga. Já estive em todas as divisões portuguesa­s, e ambicionav­a, como o Rio Ave, regressar à I Liga, para dar continuida­de à carreira e estar no palco maior do futebol português.

- Vila do Conde é uma cidade piscatória, de trabalho. Sentiu essa realidade?

- Venho de Mafra, próximo da Ericeira, uma zona piscatória, e sei bem o que são as gentes do mar, de trabalho. Aqui nesta zona sente-se muito isso: a raça, a vontade, o trincar a língua para conseguir as coisas que queremos. Essa fome de vencer e alcançar os objetivos penso que esteve também muito presente em nós, e transmitid­a pelos adeptos. Penso que estivemos à altura disso e que representá­mos muito bem

esses valores de sacrifício e trabalho. Os adeptos estiveram sempre do nosso lado e a acabar foram fundamenta­is para atingir o objetivo. - O título é a cereja em cima do bolo?

- Sim, claro! Um título de campeão não se ganha todos os dias. Normalment­e, as equipas que descem não são campeãs, porque há outras equipas a preparar-se para isso. Foi o coroar de um ano fantástico, um crescendo na fase final que nos permitiu levantar a Taça.

- Já se trabalha para a próxima época?

- Começa-se já a definir um bocadinho do que poderá ser o futuro próximo, mas ainda na parte de começar a falar nas coisas. Nada em concreto.n

“O SENTIMENTO É DE REALIZAÇÃO, DE QUE VALEU A PENA TODO O ESFORÇO

QUE FIZEMOS”

“NESTA ZONA SENTE-SE MUITO A RAÇA, A VONTADE, O TRINCAR A LÍNGUA”

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