Uma vida tantas vezes maltratada
Entendo que um presidente mude de ideias. E estou longe de pensar que um treinador não pode ser despedido porque a estrutura de um clube considera que essa é a melhor solução para o problema habitual: falta de resultados. Mas o futebol português podia dar um pulo de civismo, talvez até humanismo, na relação entre agentes, nomeadamente na forma como alguns treinadores são tratados.
De presidentes ou donos que acreditam que não têm de se justificar a ninguém e que tratam os trabalhadores como lixo a um nepotismo instalado em tantos, mas tantos clubes, são muitas as razões que levam à degradação das relações laborais dos que deveriam ser um dos ativos mais acarinhados de um clube. Hoje assistimos
TREINADORES MERECIAM MUITO MAIS RESPEITO DE
QUEM MANDA
a trocas de treinadores que nada têm a ver com maus resultados, mas apenas porque há uma troca de investidor e é preciso alguém mais colaborante na estratégia desenhada.
Podia falar de alguns nomes, seja de clubes, presidentes ou até treinadores que mereciam, ou não, o destino que lhe foi traçado. Mas não é esse o tema deste texto. Tem mais a ver com relações humanas, respeito, projetos com cabeça, tronco e membros e apostas que nada têm a ver com profissionalismo e fé no trabalho realizado. Infelizmente, hoje como ontem (estranho como evoluímos pouco neste aspeto), há presidentes e investidores que tratam clubes e treinadores como brinquedos, escravos ou meros capachos. Felizmente, a maior parte das vezes têm o destino que merecem. E aí sorrimos nós.n