“Partimos o vidro com o pé para sair”
PÂNICO O cenário era caótico, com passageiros aflitos à procura de familiares que viajavam no autocarro SOCORRO As vítimas com ferimentos ligeiros começaram por ser assistidas no local
Partimos o vidro com o pé e depois tivemos ajuda para sair”, descreveu ontem ao CM Maria Teresa, uma das passageiras do autocarro, ainda em choque com a tragédia. “Não há palavras. Foi tudo muito rápido, não dá para explicar. A gente só se queria proteger”, descreveu, ainda em plena Autoestrada do Norte (A1), onde o cenário era então caótico, com pessoas em pânico, à procura de familiares.
Pouco depois do acidente, um homem, com ferimentos na cabeça, gritava repetidamente “a minha mulher está morta”, enquanto caminhava de forma desorientada de um lado para o outro do alcatrão. Àquela hora, era ainda pouca a informação sobre o desfecho, que se revelou trágico. O primeiro balanço a dar conta de vítimas mortais foi feito por volta das 11h00, quase duas horas após o despiste.
Outra sobrevivente, testemunhou o CM, andava também em grande aflição por entre ambulâncias e carros de bombeiros. “Onde está a minha filha?”, perguntava. “Digam-me, por favor”, voltava a apelar, em lágrimas, a quem a ouvisse. Apresentava ferimentos ligeiros.
Depois de conseguirem sair do autocarro, os passageiros que apresentavam ferimentos ligeiros concentraram-se na berma da A1, onde eram assistidos por elementos do INEM e dos bombeiros. Muitos estavam sentados no chão ainda em choque com o violento acidente. Algumas vítimas apresentavam pequenos ferimentos e tinham as roupas manchadas de sangue. “Porque nos aconteceu isto?”, questionava uma mulher, em pranto. Todas asvítimasforam entretanto transportadas para os hospitais de Coimbra e Aveiro para avaliação.n
RELATOS DE ALGUNS PASSAGEIROS REVELAM O PÂNICO QUE VIVERAM