O PCP não é patriótico
Atolerância que os comunistas portugueses têm para com o líder russo Putin é incompreensível? A forma condescendente como tentam justificar a invasão da Ucrânia pela Rússia é surpreendente? Não! O PCP sempre colocou os interesses da Rússia e da sua antecedente União Soviética (URSS) acima de quaisquer princípios e bem acima do interesse nacional português.
Mesmo antes do 25 de Abril, quando na comunista Checoslováquia parecia emergir uma democracia (era a “Primavera de Praga”) e a URSS invadiu aquele país, destruindo os sonhos de liberdade, o PCP foi das primeiras organizações a apoiar aquela invasão criminosa.
Depois de Abril de 1974, o comportamento do PCP sempre se pautou pela defesa dos objectivos do movimento comunista internacional. Logo em 1975, aquando da descolonização – que decorre em pleno período de guerra fria entre Estados Unidos e URSS - a maior preocupação do PCP foi entregar, de mão beijada, Angola às forças comunistas do MPLA. O poder quase absoluto que os comunistas exerciam no país, em 1975, tinha por principal propósito a descolonização. Os comunistas não pretendiam, então, manter o poder político em Portugal. A existência de um país comunista na Europa não servia os interesses da URSS, pois isso criaria tensões entre Moscovo e Washington. Como o PCP se subjugava politicamente a Moscovo - no momento em que Angola passou a gravitar na esfera de influência do bloco de Leste e da URSS - o PCP desistiu do poder em Portugal. Assim, em 25 de novembro de 1975, optou por se render perante o movimento que assim nos libertava das forças totalitárias de esquerda.
Todo este comportamento histórico dos comunistas só se explica porque o PCP se comporta exactamente como uma igreja. E, da mesma forma que um bispo católico deve mais fidelidade a Roma e ao Papa que a qualquer autoridade portuguesa, também as fidelidades do PCP se submetem a Moscovo e ao movimento comunista internacional. E, como todas as religiões, tem rituais o ódio aos EUA e à NATO, a crítica do capitalismo – que justificam todos os comportamentos. Por isto, quando o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, tolera a invasão da Ucrânia pelas tropas de Moscovo, não o faz por convicção, mas por devoção.n