Defende que as mulheres violadas raramente engravidam
Esta não é a primeira vez que o ponto de vista de António Almeida Costa incomoda. Um dos casos mais polémicos estava relacionado com a sua posição antiaborto. O professor universitário assumiu, nas décadas de 80 e 90, ser contra a legalização da interrupção voluntária da gravidez, independentemente da circunstância, e defendeu que existiam “investigações médicas” (que, na verdade, eram experiências em campos nazis com mulheres prisioneiras) que permitiam concluir que as mulheres que eram vítimas de violação “raramente engravidam”, uma vez que “a experiência demonstra que, muitas vezes, o violador é, ele próprio, estéril devido a outros comportamentos sexualmente aberrantes”. Tendo como base experiências em campos de concentração nazis, Almeida Costa conclui que estas circunstâncias afastam, “desde logo, a indicação ética ou criminológica como fundamento para a legalização do aborto”. Ao DN, que noticiou o caso, o candidato ao Constitucional recusou dizer se ainda mantém a mesma opinião sobre o assunto.
Natural de Coimbra, licenciou-se Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1979. Passou por várias universidades como docente e foi o jurista da Comissão de Ética dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Em 2019, foi eleito pela Assembleia da República para Conselho Superior do Ministério Público.n
POSIÇÃO COM BASE EM EXPERIÊNCIAS EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NAZIS