BERARDO SOUBE PELA TV DO FIM DO ACORDO
CASO Joe Berardo soube pela imprensa que o Estado não vai renovar o acordo sobre a coleção de arte POSIÇÃO Ministério da Cultura enviou ontem uma carta ao empresário e à Associação Coleção Berardo a denunciar o contrato
Joe Berardo soube pela comunicação social que o Estado vai denunciar o acordo de comodato com a sua coleção de arte contemporânea. O Ministério da Cultura enviou ontem uma carta para Berardo, Associação Coleção Berardo (ACB) e Centro Cultural de Belém (CCB), onde a coleção está exposta, a denunciar o contrato, depois de o ministro da Cultura ter anunciado esta decisão na última quinta-feira. As obras de arte de Berardo, que estão arrestadas num processo judicial interposto pela CGD, BCP e Novo Banco, permanecerão no CCB até o tribunal decidir quem é o dono da coleção.
O facto de a coleção Berardo estar arrestada num processo judicial interposto por aqueles três bancos, com vista a obterem o pagamento de uma dívida de cerca de 900 milhões de euros, terá sido um dos fatores decisivos para o ministério liderado por Pedro Adão e Silva ter optado pela denúncia do contrato. O próprio ministro fez alusão a essa realidade quando anunciou a decisão do Governo: “Quando os tribunais tomarem uma decisão definitiva sobre a propriedade das obras, o Estado irá negociar os termos de um novo protocolo com quem for o seu legítimo proprietário.”
Até ao anúncio público desta decisão, o ministério liderado por Pedro Adão e Silva não informou Berardo da intenção do Estado de denunciar o contrato de comodato. Ontem, em resposta a questões do CM, o Ministério da Cultura informou que “enviou hoje [sexta-feira] uma carta a denunciar o contrato a todas as partes envolvidas”. Ou seja, foram informadas desta decisão Berardo, ACB e CCB.
QUADROS FORAM OBJETO DE ARRESTO EM PROCESSO MOVIDO POR CGD, BCP E NB