Em coma 6 horas depois de ter alta
CASO Mulher acabou por morrer. Família acusa hospital de negligência
Maria de Fátima Filipe, de 60 anos, morreu no Hospital Amadora-Sintra horas depois de ter tido alta. A família acusa a unidade hospitalar de negligência médica. “Queremos levar o hospital a tribunal. A médica tem de ser chamada à responsabilidade”, disse ao Correio da Manhã António Nathis, filho da vítima.
A mulher deslocou-se às Urgências, no dia 18 de maio, sem conseguir falar por ter um abcesso na faringe. “Entrou com problemas respiratórios, a garganta muito inchada, não conseguia respirar”, recordou o filho. Levada para ‘Covidário’, testou negativo à Covid-19 e fez um raio-X. “Deram-lhe um comprimido, uma injeção e teve alta pelas 3h20 do dia 19”, explicou.
Maria de Fátima chegou a casa, sentiu-se mal, e passadas seis horas entrou em paragem cardiorrespiratória: “Estava a morrer.” O INEM foi acionado e conseguiu reverter a situação, induzindo-lhe o coma. Foi novamente levada para o hospital, onde já chegou em estado “crítico” e com prognóstico “reservado”,
segundo foi transmitido à família. “Tinha as vias respiratórias obstruídas e foisujeita a uma cirurgia de urgência ao abcesso. Mas o cérebro foi atingido por ter estado sem respirar”, detalhou ao CM António. A 20 de maio, a mulher entrou em morte cerebral. E no dia seguinte, retiraram-lhe o fígado para doação de órgãos e o óbito foi, então, declarado. A família requereu um relatório clínico sobre a permanência no hospital, que abriu um inquérito ao caso (ver caixa).n
UTENTE DE 60 ANOS FOI ÀS URGÊNCIAS COM UM ABCESSO NA FARINGE