Correio da Manhã Weekend

Mário Mesquita morre aos 72 anos

ÓBITO  Jornalista, professor universitá­rio e fundador do PS sofreu crise cardíaca REGULADOR  Era ‘vice’ da ERC desde 2017

- DUARTE FARIA

Mário Mesquita

nasceu nos Açores e foi diretor do ‘Diário de Notícias’

Fundador do Partido Socialista, professor universitá­rio e vice-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicaçã­o Social (ERC), Mário Mesquita morreu ontem aos 72 anos, vítima de crise cardíaca. Licenciado em Comunicaçã­o Social pela Universida­de Católica de Lovaina, na Bélgica, foi também jornalista, ocupando o cargo de diretor do ‘Diário de Notícias’ entre 1978 e 1986, e do ‘Diário de Lisboa’, de 1989 a 1990. Trabalhou ainda nos jornais ‘República’ e ‘Público’.

Natural de Ponta Delgada, Açores, esteve ligado à oposição democrátic­a desde a juventude, próxima de figuras como Jaime Gama e Carlos César. Em abril de 1973 participou na fundação do PS, na República Federal Alemã, e após o 25 de Abril de 1974 foi deputado à Assembleia Constituin­te pelos socialista­s (1975-76). Voltou a ser eleito na primeira legislatur­a, mas afastou-se do partido em 1978. Como professor, deu aulas de

Jornalismo, sobretudo na Escolha Superior de Comunicaçã­o Social, em Lisboa. Escreveu oito livros dedicados aos media. Era, desde meados de dezembro de 2017, ‘vice’ da ERC, cargoque, de acordo com o regulador dos media, exerceu com “permanente empenho no enriquecim­ento da instituiçã­o”. Em 1981 foi agraciado com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Ramalho Eanes.

“Ninguém que tenha vivido a política e o jornalismo portuguese­s do último meio século ignora o percurso e a personalid­ade de Mário Mesquita”, referiu ontem o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que recordou ainda a sua “independên­cia, coragem, determinaç­ão e humor”. Já o primeiro-ministro António Costa considerou que o jornalismo nacional “perdeu uma referência”. A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), por seu lado”, lembrou um “combatente pela democracia e liberdade de informação”.n

MARCELO RECORDOU “INDEPENDÊN­CIA E CORAGEM” DE MESQUITA

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