Retrato de família
Ninguém espera que no Orçamento do Estado se discuta seriamente o Orçamento para o Estado. A ideia é outra: permitir que os diferentes partidos possam marcar os seus territórios. Assim foi.
O PS, imperial, não precisava de negociar coisa alguma; mas acolher as propostas nulas do PAN e do Livre sempre concede um verniz de ‘diálogo’ e ‘abertura’ que fica sempre bem na lapela da maioria. Além disso, o PAN e
O OE SERVE PARA QUE OS PARTIDOS MARQUEM OS SEUS
TERRITÓRIOS
o Livre agradecem – e sempre esfregam na cara da velha esquerda que agora existe uma nova esquerda de confiança no Parlamento.
Nada que incomode o Bloco e o PCP, que precisam de regressar à gritaria genética: o Orçamento é de ‘direita’, acusaram eles, depois de terem engolido vários Orçamentos do género nos últimos anos.
De resto, o Chega bolçou os seus delírios e o PSD, hoje à deriva, ainda viu três deputados madeirenses a tratarem da sua vida.
É um belo retrato - e para o ano há mais.n