Gozar com a nossa cara
José Sócrates, por estes dias, pavoneia-se por São Paulo. É visto nos restaurantes da moda, frequenta um doutoramento, aloja-se nos melhores hotéis, alardeia uma vida de fausto. Repete o que já fez quando viveu em Paris. Gasta dinheiro a rodos, que terá proveniência em esquemas de corrupção urdidos enquanto governante. Em suma, gasta o nosso dinheiro com, como dizem os nossos irmãos brasileiros, ‘a maior cara de pau’. Mas não é o único. Joe Berardo ficou a dever milhões à Banca e diz que em seu nome tem apenas uma garagem. Teve agora o desplante de avançar com uma queixa no Tribunal contra os bancos a que não pagou (o BCP, a CGD, o BES e Novo Banco). Exige uma indemnização de 900 milhões de euros aos bancos que “denegriram a sua imagem”. Sócrates e Berardo são apenas dois exemplos de embusteiros que lesaram o património dos portugueses em milhares de milhões e ainda fazem espalhafato da sua condição de vigaristas.
A eles junta-se Ricardo Salgado. Foi acusado por corrupção e associação criminosa, indiciado por ter lesado o estado português em doze mil milhões (o equivalente ao orçamento da Saúde); Mas continua a viver nas suas casas de Cascais, a viajar pela Europa, desfrutando da fortuna de que sempre dispôs. Prossegue livre como um passarinho, apesar de ter sido condenado a seis anos de prisão efectiva. A igual pena foi condenado o ex-ministro Arlindo de Carvalho e o que lhe aconteceu? Não foi efectivamente preso, faz vida de rico e, claro, também faz troça dos portugueses.
E até o angolano Manuel Vicente zomba dos portugueses. Investigado num caso de branqueamento de capitais, conseguiu o arquivamento do processo, subornando o procurador Orlando Figueira. Por este facto foi acusado em Tribunal. Mas o seu processo foi transferido para Luanda, onde Vicente, ex-vice-presidente do país, goza de imunidade.
Todos estes cavalheiros usufruem de riquezas imensas, à custa de negócios em que desviaram o dinheiro do povo. Utilizam os recursos que no fundo são nossos para viver faustosamente. Gastam milhões, que originalmente nem lhes pertencem, em advogados que os patrocinam e livram da prisão. Não devolvem à sociedade o que dela desviaram através de esquemas de corrupção. E, no fim de tudo, gozam com a nossa cara.n
GASTAM MILHÕES, QUE ORIGINALMENTE NEM LHES PERTENCEM, EM ADVOGADOS QUE OS PATROCINAM E LIVRAM DA PRISÃO
NÃO DEVOLVEM À SOCIEDADE O QUE DELA DESVIARAM ATRAVÉS DE ESQUEMAS DE CORRUPÇÃO. E, NO FIM DE TUDO, GOZAM COM A NOSSA CARA