Samba do Dr.
“As ausências do País podem significar que José Sócrates esteja a violar...”
Não tem obrigação de informar a Justiça sobre as viagens ao estrangeiro. Calma.
Isso é o que José Sócrates diz e o que diz o ex-primeiro-ministro provavelmente não consta na Bíblia. As ausências do País podem significar que José Sócrates esteja a violar a medida de coação mais leve, o termo de identidade e residência. Pois. Neste caso, o seu caso, o principal arguido da Operação Marquês vê-se obrigado a “não mudar de residência nem dela se ausentar por mais de cinco dias sem comunicar ao tribunal a nova morada ou o lugar onde possa ser encontrado”. José Sócrates não nasceu ontem, nem anteontem. Após o artigo na revista ‘Visão’, que trouxe à tona as suas frequentes idas para o Brasil, e de o ‘Correio da Manhã’ ter apurado que Sócrates, não o de Atenas, mas o da Ericeira, nunca informara o tribunal, num instantinho fez chegar à comunicação social as frases filosóficas da corrente do pudim: “Não mudei de endereço pessoal, razão pela qual não me sinto obrigado a comunicar ao tribunal nada mais que não seja o meu termo de residência.” Brasil. Tão bom. O animal feroz está a doutorar-se em Relações Internacionais na Universidade Católica de São Paulo. As propinas são só para quem pode, e ele, felizmente, pode desembolsar 700 euros mensais. Talvez a tese de doutoramento, ao contrário da metafísica licenciatura, não seja feita num domingo. Tem razões para não ter optado pelo grau académico de Doutor
em Portugal. Aquele que foi o seu partido partiu as sobras da sua honra ao meio. No 4º Volume da edição ampliada da obra ‘Mário Soares, Uma Vida’, do jornalista Joaquim Vieira, editada pela revista ‘Sábado’, o atual chefe do governo acusa José Sócrates de ter aldrabado o PS. Entende-se que a aldrabice assenta na história conhecida: a mãe de Sócrates herdou uma fortuna do pai, e que era esse o vil metal que lhe consentia manter um nível de vida de lorde. Já para não falar do amigo que lhe emprestava euros aos molhos.