Risco de extinção em massa nos oceanos
A BOA NOTÍCIA É QUE PODE SER EVITADA SE HOUVER UMA REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DO USO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Oalerta vem de um estudo publicado a 28 de abril na revista `Science': os investigadores responsáveis argumentam que, se as emissões de gases com efeito de estufa continuarem de forma descontrolada, o aquecimento das águas e a perda de oxigénio no mar poderão levar a uma extinção em massa capaz de ofuscar as cinco piores catástrofes ocorridas no planeta Terra. Segundo os cientistas – e atenção que o que se segue é dramático –, a ameaça pode ser significativa ao ponto de dizimar grande parte da diversificação de espécies que surgiram desde a extinção no final
do Cretáceo, que matou os dinossauros há 65 milhões de anos.
Medidas urgentes
A previsão é trágica, mas os investigadores acredi- tam que, se as emissões de gases com efeito de estufa forem reduzidas rapida- mente, será possível reduzir o risco de extinção. Se, além disso, forem envida- dos esforços efetivos para acabar com a poluição nos oceanos, com a sobrepes- ca ou a destruição de habi- tats, será dada à vida oceâ- nica uma oportunidade de sobrevivência maior.
Curtis Deutsch e Justin Penn, autores do estudo, não se limitaram a descobrir a forma como o aquecimento das temperaturas afeta o oxigénio nos mares, mas também como a vida marinha usa esse oxigénio. Reuniram os dados metabólicos de dezenas de espécies de animais oceânicos, de moluscos a tubarões, de todos os oceanos, latitudes e profundidades, para analisar a quantidade de oxigénio que cada uma necessita para sobreviver.
Nos últimos 15 anos, os estudos têm mostrado que as zonas com baixo teor de oxigénio no oceano estão a expandir-se rapidamente, mas de forma desigual, empurrando grande parte da vida marinha para uma faixa cada vez mais estreita de água rica em oxigénio, mais perto da superfície.
As zonas do oceano com baixo teor de oxigénio estão a expandir-se e a empurrar animais para uma faixa muito estreita