Voluntários ajudam feridos na linha da frente
“Tentamos estar sempre na linha da frente a ajudar civis e militares feridos.” Vsevolod Dorofeev é instrutor paramédico do Batalhão dos Hospitalários, em Kiev, e todos os dias forma voluntários que depois são encaminhados para onde é necessária ajuda no transporte e primeiros socorros de vítimas da guerra.
Os Hospitalários são um grupo voluntário paramédico criado em 2014 que faz parte do exército voluntário ucraniano. Fundado com o estalar do conflito na Ucrânia devido à invasão do Donbass e à anexação da Crimeia,
o batalhão intensificou agora o seu trabalho, e funciona como uma retaguarda médica. Ali chegam voluntários de todas as áreas, muitos deles sem qualquer experiência. Por isso, recebem formação para poderem dar apoio no terreno. “Trabalhamos com pessoas de todas as áreas, podem ser trabalhadores da área da medicina, motoristas, agentes de segurança. Todos são importantes”, explicou o instrutor no intervalo de uma das aulas a cerca de vinte voluntários.
Sentado e atento a todos os ensinamentos está Arthur, de 24 anos. O jovem não é médico, mas tem formação de primeiros socorros e, por isso, acredita que pode ser uma mais-valia no terreno. “Desde o início da invasão eu queria ir para a linha da frente para ajudar com aquilo que sei. Fui inicialmente para a Defesa Territorial e depois comecei a fazer voluntariado em Gostomel, Bucha e noutras cidades, com entrega de ajuda humanitária”, explicou ao CM, dizendo que agora quer estar ainda mais próximo de quem precisa.
Diariamente são muitos os que procuram o Batalhão para ajudar. “Nós cobrimos a linha da frente desde Kharkiv até Mykolayiv. As nossas equipas estão em quase todas as áreas, porque por vezes a linha da frente muda. Mas tentamos trabalhar próximos da linha da frente”,
FERIMENTOS DE BALAS E ESTILHAÇOS SÃO OS MAIS COMUNS
explicou o instrutor, adiantando que o trabalho no terreno é muito abrangente. “Trabalhamos com civis e militares das Forças Armadas. Na grande maioria trabalhamos com feridos de estilhaços e de bala, mas também damos ajuda terapêutica e tentamos ajudar as pessoas quepadecem de doenças e não têm como tratar neste momento”, esclarece o instrutor.n