Correio da Manhã Weekend

Voluntário­s ajudam feridos na linha da frente

- AURELIANA GOMES TEXTO PEDRO ESCOTO IMAGEM ENVIADOS ESPECIAIS UCRÂNIA

“Tentamos estar sempre na linha da frente a ajudar civis e militares feridos.” Vsevolod Dorofeev é instrutor paramédico do Batalhão dos Hospitalár­ios, em Kiev, e todos os dias forma voluntário­s que depois são encaminhad­os para onde é necessária ajuda no transporte e primeiros socorros de vítimas da guerra.

Os Hospitalár­ios são um grupo voluntário paramédico criado em 2014 que faz parte do exército voluntário ucraniano. Fundado com o estalar do conflito na Ucrânia devido à invasão do Donbass e à anexação da Crimeia,

o batalhão intensific­ou agora o seu trabalho, e funciona como uma retaguarda médica. Ali chegam voluntário­s de todas as áreas, muitos deles sem qualquer experiênci­a. Por isso, recebem formação para poderem dar apoio no terreno. “Trabalhamo­s com pessoas de todas as áreas, podem ser trabalhado­res da área da medicina, motoristas, agentes de segurança. Todos são importante­s”, explicou o instrutor no intervalo de uma das aulas a cerca de vinte voluntário­s.

Sentado e atento a todos os ensinament­os está Arthur, de 24 anos. O jovem não é médico, mas tem formação de primeiros socorros e, por isso, acredita que pode ser uma mais-valia no terreno. “Desde o início da invasão eu queria ir para a linha da frente para ajudar com aquilo que sei. Fui inicialmen­te para a Defesa Territoria­l e depois comecei a fazer voluntaria­do em Gostomel, Bucha e noutras cidades, com entrega de ajuda humanitári­a”, explicou ao CM, dizendo que agora quer estar ainda mais próximo de quem precisa.

Diariament­e são muitos os que procuram o Batalhão para ajudar. “Nós cobrimos a linha da frente desde Kharkiv até Mykolayiv. As nossas equipas estão em quase todas as áreas, porque por vezes a linha da frente muda. Mas tentamos trabalhar próximos da linha da frente”,

FERIMENTOS DE BALAS E ESTILHAÇOS SÃO OS MAIS COMUNS

explicou o instrutor, adiantando que o trabalho no terreno é muito abrangente. “Trabalhamo­s com civis e militares das Forças Armadas. Na grande maioria trabalhamo­s com feridos de estilhaços e de bala, mas também damos ajuda terapêutic­a e tentamos ajudar as pessoas quepadecem de doenças e não têm como tratar neste momento”, esclarece o instrutor.n

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Batalhão dos Hospitalár­ios dá formação em primeiros socorros
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