Correio da Manhã Weekend

Inflação e BCE ditam queda com estrondo

LISBOA  Índice que junta as 15 empresas mais valiosas do País teve o pior resultado em 27 meses GLOBAL  Maior inflação em 40 anos nos Estados Unidos fez valorizar o dólar e arrastou as bolsas mundiais para perdas

- JOÃO MALTEZ

Quando na Europa ainda se digeria o anúncio de que o Banco Central Europeu (BCE) terminará a compra de dívida dos Estados-membros da Zona Euro no próximo dia 1 de julho e subirá as taxas de juros pelo menos duas vezes este ano, a notícia a dar nota da maior inflação dos últimos 40 anos nos Estados Unidos da América foi a acendalha que faltavapar­a‘incendiar’ as bolsas europeias e do resto do Mundo. Por cá, a praça lisboeta não escapou às perdas e a semana fechou com estrondo, com o índice que reúne as 15empresas mais valiosas do País a desvaloriz­ar

EUA COM SUBIDA DE 8,6% NOS PREÇOS DE BENS E SERVIÇOS EM MAIO

3,39%, a maior queda desde 18 de março de2020.

O pior resultado da Bolsa portuguesa em 27 meses, estava a pandemia de Covid-19 a entrar no País, não foi uma situação isolada. Na vizinha Espanha, o principal índice bolsista (IBEX-35) sofreu uma queda de 3,68%, enquanto na Alemanha o DAX fechou a semana a perder 3,08%. Também nos Estados Unidos, o Dow Jones acabou por desvaloriz­ar 2,39% e, embora em menor grau, o Nikkei japonês baixou 1,49%.

Na origem do trambolhão bolsista esteve o anúncio de que em maio os preços dos bens e serviços ao consumidor nos Estados Unidos da América (EUA) aumentaram 8,6% em comparação com o mesmo mês de 2021. O maior aumento anual desde dezembro de 1981, de acordo com informação avançada pelo Departamen­to do Trabalho norte-americano.

Economista­s consultado­s pela Agência Reuters esperavam que os dados de maio mostrassem que a inflação nos EUA já tinha atingido o pico em março, nos 6,6%, pois no mês seguinte baixou para 6,3%. Só que as subidas dos preços dos combustíve­is, dos alimentos e do alojamento contrariar­am as expectativ­as e a taxa de inflação atingiu os 8,6% e os alarmes soaram para os investidor­es. Na prática, reagiram com receio de que os esforços da Reserva Federal (o banco central norte-americano) não consigam controlar a inflação, o que pode desacelera­r o cresciment­o da economia e reduzir os lucros das empresas.

O restantes mercados bolsistas acabaram por, na passada sexta-feira, ser contagiado­s e caíram. Isto, ao mesmo tempo que o dólar norte-americano se fortaleceu face ao euro, mais uma má notícia para os países da União Europeia. A braços com a cotação do petróleo acima dos 120 dólares, em parte devido à guerra na Ucrânia, têm agora na desvaloriz­ação do euro mais um propulsor para subida da inflação.n

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Bolsa de Lisboa acompanhou com perdas as restantes praças europeias

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