Portugal treina enfermeiros militares na Guiné-Bissau
AJUDA Ficam ainda capacitados para ajudar a população civil, incluindo em suporte básico de vida pediátrico
Portugal termina esta semana a formação de 36 enfermeiros militares da Guiné-Bissau na área da emergência pré-hospitalar, trauma e socorrismo em combate, já após ter ajudado a beneficiar as infraestruturas dos centros de saúde de Exército, Marinha e Força Aérea guineenses, equipando-os ainda com material doado pelas Forças Armadas e por hospitais, bombeiros e misericórdias portuguesas. A formação destes enfermeiros guineenses irá beneficiar a população civil - que corresponde a 90% das pessoas atendidas nos centros de saúde militares -, principalmente crianças.
“Está a ser espetacular. Estão com muita vontade de aprender. Tínhamos previsto deixar 12 formadores locais certificados e já vamos em 15”, afirma ao CM a coronel médica Maria Salazar, diretora da Unidade de Ensino, Formação e Investigação da Saúde Militar. A missão de treino - formada por cinco enfermeiros e uma socorrista é muito elogiada pelo Dr. Quinhin Nantote, comandante de Mar e Guerra e Chefe da Divisão dos Serviços de Saúde Militar da Guiné-Bissau. “É inédito no nosso país e está a ser acolhido com grande entusiasmo. A adesão foi imediata”, diz.
“Assisti muitas vezes à formação prática e os jovens estão com vontade de aprender. Os portugueses têm disponibilidade total e toda a vontade para ajudar. Precisamos, de Portugal, por ser uma formação nova, de assistência por tempo suficiente para termos domínio da matéria. Não é fácil. O desmame não se faz precoce, senão o menino fica desnutrido”, afirma Quinhin Nantote. Destaca que “esta formação não vai caber apenas nas Forças Armadas. O nosso país tem, por exemplo, problemas ligados a catástrofes. É muito importante beneficiar a população, que é muito jovem”. Mas “vai levar tempo a levar esta ajuda a todos os pontos do país. O acesso a muitas cidades da Guiné-Bissau, principalmente na época das chuvas, é difícil. Vamos começar em Bissau e aos poucos chegar a outras cidades”, explica. A equipa portuguesa dá ainda formação complementar no uso de desfibrilhadores e no suporte básico de vida pediátrico - “por ser um país com muitas crianças”, afirma Maria Salazar.n
PORMENORES
INFRAESTRUTURAS FORAM MELHORADAS E EQUIPADAS