INQUILINOS VIVEM EM CONDIÇÕES DEPLORÁVEIS
FUGA Houve inquilinos que partiram após a situação ser denunciada. Serão imigrantes ilegais QUEIXA Basílio Horta, presidente da autarquia de Sintra, vai participar caso ao Ministério Público
Não se sabe ao certo quantas pessoas ali vivem, mas basta olhar para dentro dos espaços exíguos improvisados no interior da vivenda, localizada numa das principais avenidas do Cacém, Sintra, para perceber que as condições são miseráveis. Ontem, após a reportagem da ‘Investigação Sábado’ transmitida na CMTV, houve quem fizesse as malas e partisse pela calada da noite. Admitem, ao CM, que seriam imigrantes ilegais. Fugiram para não serem apanhados pelas autoridades.
A polícia enviou dois agentes ao local, mas não divulgou o resultado da diligência. Certo é que se trata de um negócio de subarrendamento, que dura há anos, como reconhece o gestor deste condomínio clandestino. Um horror, que se estende por 10 anexos pré-fabricados, construídos ilegalmente atrás da moradia, onde habitam homens e mulheres, crianças e idosos, imigrantes sem papéis.
A garagem, por exemplo, foi dividida em vários quartos, separados por paredes de pladur. Só aqui viverão oito pessoas. E não se pense que a renda dos
PORMENORES
Anexo 11
Um inquilino mostrou ao Correio da Manhã o contrato de arrendamento e garante que a situação está regularizada junto da Autoridade Tributária. O espaço que tem arrendado tem a referência de ‘anexo 11’.
Renda de 280 euros
Este inquilino paga uma renda de 280 euros. O contrato foi celebrado em fevereiro de 2021, por 6 meses, automaticamente renovado por igual período. espaços é barata. Há quem pague quase 500 euros por mês para ali viver. O presidente da Câmara Municipal de Sintra, confrontado pela ‘Sábado’, garante que desconhecia por completo a existência daqueles ‘barracos’ e das condições miseráveis de quem ali mora. Reconhece, apenas, a existência de uma denúncia, já em janeiro deste ano, de risco de incêndio da moradia em causa. Mas a coisa O proprietário da vivenda diz que está a tratar da legalização das construções que albergam os inquilinos - anexos pré-fabricados. “Vamos tratar de tudo, junto da câmara e das entidades que forem necessárias”, reforça. Em declarações ao Correio da Manhã, garante que não tem conhecimento de pessoas que deixaram as habitações após a ‘Investigação Sábado’ emitida na CMTV, “não dei conta disso, se saíram não disseram nada”, mas diz estar preocupado: “Tenho recebido ameaças de morte”, afirma Elias Florentino.n morreu ali, já que, de acordo com o autarca, os serviços de fiscalização não têm conseguido notificar os proprietários. Mas agora vai ser diferente: Basílio Horta promete tomar medidas, nomeadamente, participar o caso ao Ministério Público.
Um caso com pontas soltas e contradições. Uma assistente social terá participado aquilo que viu à freguesia, mas o presidente da junta diz desconhecer tal participação e o dono do imóvel, Elias Florentino, de 50 anos e nacionalidade brasileira, também afirma que nunca ali viu nenhuma assistente social.n
SERVIÇOS DA CÂMARA NÃO TERÃO CONSEGUIDO NOTIFICAR PROPRIETÁRIO