Correio da Manhã Weekend

Caixa acusa devedor de ocultar 27 milhões

- ANTÓNIO SÉRGIO AZENHA

ACGD acusa a Sociedade Comercial Orey Antunes (SCOA) de ter escondido bens aos credores no Processo Especial de Revitaliza­ção (PER): no recurso extraordin­ário de revisão do PER apresentad­o no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), em 2 de março último, a Caixa alega que a SCOA, liderada por Duarte D’Orey, ocultou a avaliação atribuída a duas sociedades de um fundo sediado no Luxemburgo, no valor total de 27 milhões de euros. Em requerimen­to enviado ao TRL, em 17 de março, a SCOA considera que “o recurso [da CGD] não tem o mínimo fundamento legal”. O banco público está em vias de perder 4,2 milhões de euros com a SCOA e quer anular o PER dessa empresa, o que esta contesta.

O alegado património oculto do grupo Orey Antunes diz respeito à Lynx e à Horizon View, empresas controlada­s pelo fundo Orey Capital Partners Logistics and Transports (OCP Sicar). A Caixa tem um crédito de 4,67 milhões de euros sobre a SCOA. No PER desta empresa, foi aprovado um perdão de dívida de 90% de capital e 100% de juros e comissões. Com base neste princípio, a Caixa perderá 4,2 milhões de euros com a SCOA.

A CGD ficou a conhecer o valor da Lynx e da Horizon View em fevereiro deste ano, um ano e meio depois de o PER ter sido aprovado pelos credores.

SAIBA MAIS

foi o ano em que a SCOA apresentou o PER, que foi aprovado pelos credores, em junho de 2020, e homologado pelo tribunal no mês seguinte.

Comunicaçã­o

A CGD soube das avaliações dadas à Lynx e à Horizon View, em 2022, após receber dados do processo de insolvênci­a da Orey Finantial IFIC, do mesmo grupo.

A CGD alega que, no PER, não teve acesso às avaliações atribuídas a essas duas sociedades. No requerimen­to enviado ao TRL, a SCOA reconhece que “tal documento não existia anteriorme­nte”, mas “poderia ter existido”, se fosse pedido.

A CGD alega que há diferenças nas avaliações atribuídas à Lynx e à Horizon View: nas contas da OCP Sicar, a Lynx estava avaliada em 19,4 milhões de euros e a Horizon View valia 7,68 milhões de euros; mas no PER da SCOA, a Lynx valia zero e a Horizon View valia 500 mil euros. Ou seja, a diferença entre as avaliações correspond­e a cerca de 27 milhões de euros.

Para a Caixa, a SCOA “não agiu neste PER de forma honesta nem como uma pessoa de bem”. A SCOA contrapõe que o PER “apresenta[va]-se como a solução que melhor tutela[va] os interesses de todos os credores (...), consubstan­ciando o cenário mais favorável”.n

CGD APRESENTA RECURSO NO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA CONTRA O PER

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A Telefónica, empresa de telecomuni­cações espanhola, propõe uma subida anual de 1% nos salários acima da inflação até 2024. 1 A Caixa corre o risco de perder 4,2 milhões de euros no crédito concedido à Sociedade Comercial Orey Antunes (SCOA) 2 Duarte D’Orey é o presidente da SCOA, empresa que está em Processo Especial de Revitaliza­ção (PER)
1 2 A Telefónica, empresa de telecomuni­cações espanhola, propõe uma subida anual de 1% nos salários acima da inflação até 2024. 1 A Caixa corre o risco de perder 4,2 milhões de euros no crédito concedido à Sociedade Comercial Orey Antunes (SCOA) 2 Duarte D’Orey é o presidente da SCOA, empresa que está em Processo Especial de Revitaliza­ção (PER)

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