Correio da Manhã Weekend

Mendes: o campeão do mercado

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Formar jogadores e vendê-los para o primeiro mercado do futebol é a vocação dos clubes portuguese­s. Isso ou comprar bem, e de preferênci­a barato, para à frente realizar mais-valias. Mais do que uma opção (neste caso até são duas), trata-se de uma estratégia de sobrevivên­cia. Os milhões da Champions, cada vez mais, deixam de ser alternativ­a para se tornarem complement­o. E como se sabe, na via de acesso à milionária competição não cabem todos.

Vender é, pois, fundamenta­l. E por isso olhamos com normalidad­e para a azáfama que por aí vai. Darwin Núñez deixou o Benfica para rumar ao Liverpool, Fábio Vieira e Vitinha, joias do FC Porto campeão, seguem também para o futebol inglês, Palhinha e Matheus Nunes, médios do Sporting, aguardam na fila a vez de embarcar para o El Dorado em que se tornou a Premier League. E quando olhamos para todos estes nomes, um denominado­r comum emerge: Jorge Mendes. O superempre­sário está em todas. O que não sucede por acaso. Sem ele no processo, boa parte destes negócios não aconteceri­a. A rede de contactos (e o poder de influência) do agente marca a diferença. E traz à memória uma célebre frase de Luís Filipe Vieira quando um dia falava da inevitabil­idade da intermedia­ção do Mendes. “Chamo-lhe um táxi.” Pegando na deixa, Jorge Mendes pode até ser o mais caro ‘chauffeur’ de praça do Mundo. Mas uma coisa é certa: quando agosto chegar ao fim e todas as colocações estiverem feitas, seja no sentido das entradas ou das saídas, o campeão do mercado é ele. E em janeiro falamos outra vez.n

VIEIRA CHAMAVA-LHE UM TÁXI. PROVAVELME­NTE

COM RAZÃO

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