É alvo de bullying por ter falta de cabelo
Duarte Santos, de sete anos, caiu na escola, em maio de 2021. O episódio, num estabelecimento de ensino em Lisboa, viria a mudar a vida da criança radicalmente. Desde então, o rapaz foi submetido a várias intervenções cirúrgicas à cabeça. Na zona a que foi operado ficou sem cabelo, o que está a afetar o menor que passou a ser um alvo dos colegas.
“Sofre de bullying, não por parte dos meninos da sala dele, mas dos mais velhos quando está no CAF [Componente de Apoio à Família, que promove atividades extracurriculares]. Chamam-lhe ‘careca’. Ele usa chapéu para esconder a falta de cabelo e tiram-lhe o chapéu. Já veio para casa com ‘unhadas’ de crianças que não entendem que aquilo é uma ferida”, revela a mãe ao Correio da Manhã. O desejo de Cátia Martins é de que o filho faça um implante capilar para que não volte a sofrer.
“Não quero submeter o meu filho a mais operações, nem a mais anestesias gerais. Ele reagiu muito mal. Queria que ele fizesse um implante capilar. E queria que alguém me apoiasse, que me ajudasse a encontrar uma clínica, um hospital, onde o pudesse fazer”, afirma ao CM.
Para já, a solução apresentada pelos médicos passa por submeter o filho a nova operação, para tentar “esconder” o problema. “A intenção do hospital é tentar fechar aquela zona, uma vez que é um tecido mole”, explica a mãe, emocionada. Cátia Martins procura uma alternativa que
Duarte Santos não sujeite o filho aos efeitos de nova anestesia geral.
A mãe, que assume também ter sido vítima de bullying quando era criança, recorda como os últimos meses têm sido “difíceis”. Dois dias depois de, a 20 de maio de 2021, Duarte Santos ter caído na escola, foi assistido no Hospital
MÃE QUER ALTERNATIVA A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA SOB ANESTESIA GERAL
de Santa Maria: a ferida na cabeça tinha aberto. Foi medicado, mas a febre alta levou a que fosse ao Hospital Dona Estefânia. Ficou internado durante dois dias, foi operado e a ferida limpa. Seguiram-se várias intervenções cirúrgicas, sob anestesia. O rapaz continua a ser alvo de bullying.n
CRIANÇA CHEGA A CASA ARRANHADO. COLEGAS ROUBAM-LHE O CHAPÉU
A filha de Rute Pereira, de 12 anos, era vítima de bullying por parte de um colega de 14. A menor queixava-se de dores de cabeça e de barriga, “desculpas para não ir à escola”, em Mira. A filha de Milene Santos (à esq.), de 16 anos, “tentou duas vezes suicidar-se e automutilava-se”.