Correio da Manhã Weekend

Rússia ataca cidades e infraestru­turas civis

RETALIAR Dezenas de mísseis foram lançados ontem sobre todas as regiões ucranianas numa aparente retaliação pelo périplo do Presidente ucraniano pela Europa OFENSIVA Ataque pode assinalar início da ofensiva russa esperada no 1.º aniversári­o da guerra ª

- F. J. Gonçalves

u Um dia depois de o Presidente Volodymyr Zelensky terminar um périplo pela Europa no qual recebeu garantias de mais apoio militar, a Rússia retaliou. As sirenes de alarme tocaram ontem por toda a Ucrânia, que foi alvo de um ataque de grande envergadur­a visando infraestru­turas críticas e alvos civis. O ataque surge numa altura em que a Rússia prepara uma ofensiva para assinalar o primeiro ano da invasão, no próximo dia 24.

Pelo menos 17 mísseis atingiram numa só hora a cidade de Zaporizhzh­ia, no Leste da Ucrânia, deixando a cidade sem eletricida­de. A região de Kharkiv sofreu também cortes elétricos devido ao ataque. O governador regional, Oleh Synehubov, deu conta de dez explosões.

As infraestru­turas críticas foram também visadas em Khmelnitsk­yi, no Oeste ucraniano, e na região central de Dnipropetr­ovsk, havendo relatos semelhante­s de praticamen­te todas as regiões da Ucrânia. Na capital, Kiev, milhares de residentes voltaram a procurar refúgio nas estações de metro.

Fontes militares dizem que 61 de 71 mísseis russos foram abatidos, mas German Galushchen­ko, ministro da Energia, admitiu que a Rússia atingiu instalaçõe­s elétricas em seis regiões com mísseis e drones, causando apagões. Um porta-voz da Força Aérea disse na TV ucraniana que o país não tem meios para derrubar os mísseis russos S-300. Pelo menos 35 desses mísseis atingiram ontem Kharkiv e Zaporizhzh­ia.

O ataque parece ter sido o sinal de partida para a ofensiva russa dos próximos dias. O governador da região de Donetsk, Pavlo Krylenko, disse mesmo que essa ofensiva já começou, mas o pior parece estar para vir.

Fontes militares ucranianas dizem que os russos reuniram para o “ataque de aniversári­o” uma força que inclui 1800 tanques, 3950 viaturas blindadas, 810 sistemas de rockets e 400 aviões de combate, tendo ainda em prontidão 300 helicópter­os e 2700 sistemas de artilharia.

MILHARES DE TANQUES, CENTENAS DE AVIÕES E HELICÓPTER­OS À ESPERA DE SINAL PARA AVANÇAR

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