Cássio aliciado 2 vezes para beneficiar Benfica
INQUÉRITO Guarda-redes disse ter sido contactado por empresários diferentes, em duas épocas consecutivas ⬩ ARQUIVAMENTO Falta de indícios e falha na lei
● Cássio foi aliciado não uma, mas duas vezes para beneficiar o Benfica. No depoimento à Comissão de Instrutores (CI) da Liga, o guarda-redes confirmou ter sido abordado, quando jogava no Rio Ave, por César Boaventura em 2015/16 para facilitar a vitória dos encarnados. Mas revelou outro episódio com João Carlos Pinheiro Paula. O também intermediário de jogadores ligou-lhe em 2016/17 e perguntou-lhe sobre “qual era o seu sentimento e da equipa” em relação ao jogo com o Benfica, referindo o facto de “no ano anterior não ter dado certo”. Cássio interpretou essa referência como nova tentativa de aliciamento e desligou.
Nestes dois casos e no que envolveu jogadores do Marítimo e Boaventura em 2015/16, o Conselho de Disciplina (CD) da FPF concordou em toda a linha com a CI, arquivando o inquérito: existiram tentativas de aliciamento a que os jogadores não acederam; “são insuficientes os indícios” de que Boaventura “tenha agido a mando e no interesse” do Benfica ou que fosse “dirigente, representante, funcionário ou agente desportivo vinculado” ao clube; os dois empresários em causa não podem ser acusados - embora Boaventura tenha sido condenado no processo penal - porque os intermediários só passaram a ter o estatuto de agentes desportivos após a data dos factos; “não resultam indícios suficientes” de que o Sporting tenha prometido 400 mil euros aos jogadores do Marítimo para empatarem ou vencerem frente ao Benfica.
Em relação ao jogo com o Boavista em 2016/17, quando o Benfica já era campeão, “não resultam quaisquer indícios” de jogadores aliciados.