Abaixo de zero
Da caixa de Viagra de Rui Rocha, às cuecas de Ventura, passando pelas manipulações de factos familiares da angélica Mortágua, esta campanha eleitoral atinge o mesmo baixo nível dos reality shows triunfantes nas audiências televisivas. Talvez tenhamos os líderes políticos que merecemos. Pobre Portugal.
Na luta dos grandes, Montenegro tem sido vítima de fogo amigo, do aborto às questões climáticas, continuando um mistério por que aceitou o líder do PSD a companhia de dois partidos, um há muito inexistente, o outro nacionalmente irrelevante. Montenegro mantém a compostura intelectual, fala para fora e procura fugir ao pingue-pongue ditado pelas perguntas de jornalistas juniores, condicionados pela opinião de seniores que, a partir dos estúdios, mostram não ter melhorado com o passar dos anos. A forma como foram distorcidas as palavras de Passos Coelho é disso o mais eloquente exemplo.
A imagem da semana é de Luís Montenegro atingido por tinta verde, num ato pouco amigo do ambiente, que Marcelo desvalorizou num comentário impróprio de um Presidente da República. A forma como Marcelo classificou o ocorrido como banal, já sem eficácia, branqueia a prática de um crime de ofensa à integridade física e outro de dano, caso a tinta – nada ecológica - tenha estragado a roupa da vítima.
Desde então, Pedro Nuno Santos acentuou o seu pobre discurso maniqueísta, dividindo o tabuleiro eleitoral entre `nós', os bons, os de esquerda; e `eles', os maus, os de direita.
Com este triste panorama, que despreza qualquer neurónio sobrevivente, não será de admirar a subida de indecisos, em risco de tombarem para a abstenção.
A forma como Marcelo classificou o ocorrido como banal branqueia a prática de um crime