E a Stéphanie?
“A noiva foi fotografada no circo, em trajes de cena, mínimos”
Já houve uma princesa casada com um acrobata circense de origem portuguesa. Tinham-se conhecido no ano em que o noivo ganhou o Clown de Prata no Festival de Circo de Monte Carlo - dois anos depois casaram num lugar perto de Genebra. Durou 10 meses. Nesse tempo, a noiva foi fotografada no circo, em trajes de cena, mínimos. Se isto não é ‘moderno’, não sei o que mais poderá ser.
Stéphanie do Mónaco foi capa da ‘Vogue’ alemã, da edição americana da ‘Vanity Fair’ e da ‘Vogue’ francesa; foi fotografada por Helmut Newton. Aluna na casa Dior, criou depois a ‘Pool Position’, uma linha de fatos de banho cavadíssimos, rombos na moral da época. O lançamento, num clube do principado, esteve à pinha de fotógrafos e celebridades. Quando o negócio ruiu, esta contemporânea de Lady Di fez-se, sem complexos, cantora em temas da pop chiclete dos anos80 – valeu, porém, pelo corte de cabelo que se tornou inspiração para milhares de adolescentes armadas em rebeldes como eu.
Há uns anos estive no seu pequeno principado. Com pouco mais de dois quilómetros quadrados, o Mónaco é um paraíso fiscal organizado em frente ao mar em ruas que convergem a pique para a baía. Lá em baixo rugem, anualmente, os carros do Grande Prémio e, todos os dias, o dinheiro nos casinos e nas lojas de ‘griffe’. É o país mais densamente povoado do mundo, metáfora possível das sociedades capitalistas – no cimo, ruas estreitas, prédios rústicos, alegrias e labutas, lojas baratas e coletividades, brincadeiras de crianças, emigrantes, empregados que limpam e constroem casarões com janelas rasgadas para largas avenidas e a imensidão do Mediterrâneo. Existem por lá empresas de construção civil de portugueses, diversos estabelecimentos comerciais e, naturalmente, associações recreativas lusitanas.
Nesta edição, fomos ver como são as novas gerações com sangue azul neste mundo global, onde as redes sociais imperam.