Correio da Manha

Fatura da luz paga 150 milhões à Banca

CUSTOS r Ex- presidente da ERSE alerta para os custos do défice tarifário devido a opções políticas

- RAQUEL OLIVEIRA

Odéfice tarifário na eletricida­de custa, só em juros, 150 milhões de euros anuais aos clientes da energia. Trata-se de “mais uma transferên­cia dos consumidor­es para a banca ”, considerou ontem o ex-presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energético­s (ERSE).

Jorge Vasconcelo­s respondia assim a um deputado bloquista, no âmbito da comissão de inquérito às rendas da energia, que calculou em 417 milhões de euros os ganhos da EDP com a dívida tarifária – este ano, em torno dos 3,5 mil milhões de euros.

Para o ex-presidente da ERSE, a imputação dos juros aos con- sumidores foi “uma opção política” tal como o foi a aprovação dos Custos de Manutenção do E quilíb rio Contratual (CMEC), contra a opinião d a e nt i d a d e reguladora, que alertou para os custos destes contratos para os clientes. A este propósito, considerou mesmo que foi alvo de “ataques orquestrad­os”. Jorge Vasconcelo­s acusou ainda o sistema tarifário de “grande opacidade” e admitiu mesmo não conseguir fazer contas às tarifas da eletricida­de.

O engenheiro demitiu-se da ERSE em 2007, depois de o primeiro-ministro de então, José Sócrates, ter travado o aumento das tarifas, o que está na origem do défice tarifário.

JORGE VASCONCELO­S DIZ QUE FOI ALVO DE ATAQUES POR CAUSA DOS CMEC

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Jorge Vasconcelo­s, ex-presidente da ERSE, considera que o sistema tarifário sofre de “grande opacidade”

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