Governo encurralado durante 226 minutos
DEBATE rParlamento faz balanço do terceiro ano da legislatura de António Costa antes das eleições OPOSIÇÃO r PSD e CDS dão notas negativas e até os parceiros da Geringonça endurecem posições
Durante 226 minutos, o Governo vai ser posto à prova no debate sobre o estado da nação que arranca às 9h30 desta sexta-feira 13.
PSD e CDS vão contestar a “austeridade encapotada” e a “sobrecarga fiscal”. E não serão os parceiros da Geringonça - BE, PCP e PEV - a dar a mão ao Executivo socialista. O primeiro-ministro, António Costa, arrisca-se a ficar encurralado entre a espada direita e a parede esquerda.
No balanço do terceiro ano da legislatura, o vice-presidente da bancada social-democrata, Adão Silva, acusa o Governo de se “esquecer dos portugueses, sobretudo dos mais frágeis depois dos graves incêndios do ano passado. “Muito pouco foi feito para reconstruir esse País abandonado”. O primeiro “vice” de Fernando Negrão aponta ainda críticas ao “caos no Serviço Nacional de Saúde com os sucessivos atrasos nas consultas e as demissões em massa de diretores de serviços hospitalares”.
O CDS desembainha a espada fiscal, criticando os “elevados impostos indiretos, nomeadamente, sobre o combustível”. “Temos uma maioria mais interessada em sobreviver do que propriamente em governar”, atira o líde r da bancada, Nuno Magalhães.
Do lado dos parceiros da Geringonça, Costa esbarra numa parede de exigências que começa a abanar a solução governativa. O líder da bancada bloquista, Pedro Filipe Soares, quer eliminar “os estrangulamentos do País”, através da “reestruturação da dívida pública” e do “alívio das metas do défice ”. Já o PCP quer “ir mais longe” na “reposição de rendimentos”, desejando que o Governo largue o “amarramento” à União Europeia e aos compromissos com “o grande capital”, defende o líder da bancada , João Oliveira.
A três meses das próximas eleições legislativas e da votação do Orçamento do Estado para 2019, esta será a prova de fogo da Geringonça.
PCP E BE PEDEM ALÍVIO DAS METAS. PSD E CDS QUEREM MENOS IMPOSTOS