Correio da Manha

“Já colocámos em prática ideias que apresentám­os”

Francisco Jesus está há menos de um ano no cargo de presidente da autarquia de Sesimbra, mas faz um balanço positivo deste tempo. Obras, acordos e medidas para afirmar concelho em marcha.

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Aconclusão da rede de saneamento na freguesia do Castelo, a construção de percursos pedonais e cicláveis e a renovação da rede viária são três obras que Francisco Jesus realça pela sua importânci­a. Nesta entrevista, o autarca debruça-se sobre outros temas como a pesca, o turismo ou a importânci­a de iniciativa­s como os Balcões Únicos de Serviços.

Tomou posse em outubro do ano passado. Que balanço faz do seu mandato?

O balanço destes quase dez meses demanda toé muito positivo. É um período curto,écer to, no entanto, já nos permitiu pôr em prática muitas das ideias que apresentám­os para o concelho. Importa referir que há um trabalho iniciado nos mandatos do presidente Augusto Pólvora, que estamos a continuar e a aprofundar.

Nestes meses, assinámos o acordo com o Ministério da Educação para requalific­ação e beneficiaç­ão da Escola Básica Navegador Rodrigues Soromenho, iniciámos a construção da rede de percursos pedonais e cicláveis e arrancámos com o último conjunto de obras de saneamento, com particular incidência na freguesia do Castelo. Decidimos instalar o auditório cultural da Quinta do Conde noutro local, desagregan­do-o do equipament­o escolar e reformulan­do o projeto, inicialmen­te previsto para fazer parte do conjunto de equipament­os da Escola do Conde 2, para que tenha mais valências e uma maior oferta cultural na freguesia. Lançámos uma nova imagem para o município, com uma ver- tente de afirmação da nossa identidade e de coesão territoria­l. Apoiámos dois grandes momentos desportivo­s ligados à economia do mar, numa aposta clara neste tipo de evento. Na saúde, o Centro de Saúde de Sesimbra vai nascer no Largo do Calvário num único edifício, mais acessível aos utentes, e estamos a trabalhar para que o concurso para a sua construção seja lançado até final do ano. Iniciámos umprocesso de negociação para uma solução que passe pela ampliação do atual Centro de Saúde na Quinta do Conde ou construção de um novo Centro de Saúde e garantimos a integração do município na área de influência direta do novo Hospital no Seixal. Estes são apenas alguns dos momentos relevantes e muito mais havia a referir. Foram apenas dez meses, é um facto, mas permitiram desenvolve­r um trabalho muito importante para o município e para a qualidade de vida dos nossos cidadãos.

Quais as principais obras que estão a decorrer no concelho? Destaco três grandes obras: a conclusão da rede de saneamento na freguesia do Castelo, a construção de percursos pedonais e cicláveis e a renovação da rede viária.

No primeiro caso, refiro-me à rede de saneamento na Azoia e Pinheirinh­os, a que se seguirá a o Zambujal Sul-poente. São 13 quilómetro­s de coletores e 417 ramais domiciliár­ios, que vão servir mais de 800 habitantes. No Zambujal, por sua vez, serão 66 ramais, dois quilómetro­s de coletores e duas estações elevatória­s que servirão perto de 70 habitações. Com a conclusão destas duas intervençõ­es, a freguesia fica com uma cobertura de perto de 95 por cento de sa- neamento básico. Estas duas obras, enquadrada­s no Portugal 2020, representa­m um investimen­to superior a 1 milhão e 600 mil euros, financiado a 85 por cento.

Em relação aos percursos pedonais e cicláveis, no âmbito do Portugal 2020, as primeiras obras já estão no terreno, em Sampaio e na vila de Sesimbra. Em Sampaio, os percursos pedonais abrangem uma área de equipament­os escolares, associativ­os e espaços verdes, e vão tornar mais cómodas e seguras as deslocaçõe­s. Na vila de Sesimbra, as obras passam pela construção de uma ligação pedonal, entre as ruas da Juventude e José Pinto Brás.

Quanto às obras de requalific­ação da rede viária, programa que iniciámos em 2014, já nos permitiu melhorar perto de uma centena de vias por todo o concelho. Na maioria dos casos, as obras incluem a substituiç­ão da rede de abastecime­nto público de água, arranjos exteriores e criação de estacionam­ento, o que tem aumentado qualidade de vida dos moradores.

Quais são os próximos investimen­tos?

Na cultura, queremos avançar para a construção de umauditóri­o na Quinta do Conde, que permita manter uma programaçã­o regular nesta freguesia. No património, pretendemo­s trazer investimen­to para a recuperaçã­o do edificado do Santuário do Cabo Espichel através do desenvolvi­mento de um projeto hoteleiro, que salvaguard­e a identidade e a paisagem única do local, e que será um polo dinamizado­r do eixo Espichel – Meco – Lagoa. No turismo, um d os objet ivo sé a certificaç­ão de Sesimbra como Estação Náutica, o que permitirá articular de uma forma mais consistent­e um conjunto de recursos turísticos ligados ao mar. Neste campo, pretendemo­s também atrair eventos relacionad­os com o mar e com o desporto de aventura.

Como se encontra o sector da pesca em Sesimbra?

No último ano, o nosso Porto de Pesca voltou a ser um dos mais importante­s do país, com o primeiro lugar a nível de pescado transacion­ado e o segundo a nível de valor do pescado. Para além disso, é o principal ponto de venda de peixe-espadapret­o de Portugal Continenta­l. Estes dados demonstram a importânci­a da pesca para Sesimbra e para a economia local, e comprovam a coragem, capacidade e saber dos nossos homens do mar, que mesmo com todas as contraried­ades que se colocam à sua atividade conseguem resultados como estes, que tanto nos orgulham.

A Câmara Municipal mantém um contacto estreito com os pescadores e com as entidades que os representa­m, por via do Conselho Municipal de Pescas, onde se debatem os principais assuntos que afetam esta atividade. Atualmente passam pelas restrições à pesca da sardinha, proibição de captura de espécies acessórias na pesca do peixe-espada-preto, falta de formação e melhoria dos acessos ao Porto de Abrigo, com a construção da variante Carrasquei­ra – Porto de Abrigo, via essencial para o desenvolvi­mento económico do concelho e da área metropolit­ana, que ainda não saiu do papel.

“NO ÚLTIMO ANO, O NOSSO PORTO DE PESCA VOLTOU A SER UM DOS MAIS IMPORTANTE­S DO PAÍS”

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