ECONOMIA: ORÇAMENTO. CONSELHO DE FINANÇAS PÚBLICAS IDENTIFICA AMEAÇAS À OBTENÇÃO DE UM DÉFICE DE O,7% NO FIM DO ANO.
EXCEDENTE r Sem os juros da dívida, nos primeiros três meses do ano a diferença entre a despesa e a receita foi positiva em 1,2 mil milhões de euros ALERTA com Saúde e Educação são risco
Contas feitas à execução do Orçamento do Estado no primeiro trimestre de 2018 para o Conselho de Finanças Públicas (CFP) as indicações são positivas. Excluindo os juros da dívida, a diferença entre a despesa e a receita permitiu um excedente de 1,264 mil milhões. O organismo liderado por Teodora Cardoso diz, porém, que há riscos no horizonte para o défice de 0,7% do PIB com que o Governo quer chegar ao fim do ano. Entre eles está a recapitalização do Novo Banco.
A injeção de 792 milhões de euros no banco herdeiro do BES foi concretizada a 24 maio de 2018, recorrendo ao Fundo de Resolução, entidade que, tal como recorda o CFP, se encontra incluída no perímetro das Administrações Públicas. Significa isto que esta operação deverá ter impacto negativo na execução orçamental do 2º trimestre de 2018.
Só que os riscos com que o ministro das Finanças, Mário Centeno, se vai deparar não se ficam por aqui. Eliminado o regime de duodécimos, vai concentrar-se no último trimestre do ano o pagamento na integra do subsídio de Natal aos funcionários públicos e aos pensionistas. Se somarmos as pressões orçamentais na despesa dos setores da Saúde e da Educação, mais riscos existem para o cumprimento da meta de 0,7% do défice.
Fica em todo o caso, frisa o CFP, o bom indicador dado pelo saldo primário, que não inclui os juros da dívida pública, pois registou um excedente de 1,264 mil milhões nos três primeiros meses do ano.
EM MAIO O NOVO BANCO FOI RECAPITALIZADO COM 729 MILHÕES DE EUROS