MENSAGENS LIGAM BRUNO A TERROR SOBRE JOGADORES
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MANDAM CLAQUE IR PARA CIMA DOS ATLETAS
Dois anos de troca de mens a ge ns na c o nhe c i d a aplicação WhatsApp, na internet, foram recuperados pela PJ do Porto ao apreender o telemóvel a André Geraldes, detido a 16 de maio por corrupção desportiva, na operação Cashball. São centenas de comunicações entre o então diretor-geral do Sporting e Bruno de Carvalho – muitas delas sem interesse para aquele processo, mas que os incriminam no caso do terror em Alcochete, por fomentarem a coação de claques sobre atletas.
Por exemplo, numa das mensagens escritas, Geraldes, braço-direito do então presidente dos leões, sugere a Bruno de Carvalho enviar elementos de uma claque, presumivelmente da Juve Leo, “para cima dos jogadores”. Coincidiu com um de vários momentos de tensão entre a direção do clube e a equipa de futebol – por causa de maus resultados desportivos – e é reveladora não só da relação promíscua e de proximidade entre os dois responsáveis do Sporting e elementos violentos da claque, como do recurso à mesma enquanto método de coagir e amedrontar os atletas. Para lhes mostrar “quem manda”.
Trata-se de conteúdos sem relevância para o processo de corrupção, mas que estão agora a ser transcritos pela PJ e que, depois de validados pelo juiz de instrução, no Porto, deverão ser remetidos para o caso, no DIAP de Lisboa, em que se investiga o clima de coação sobre os jogadores, que culminou em terror – com a invasão ao centro de estágios de Alcochete e agressões aos atletas e à equipa técnica.
A investigação levada a cabo com a PSP e GNR, e que já resultou em 36 prisões preventivas, entre 43 elementos ligados à Juve Leo que participaram no ataque – por crimes como partici- pação em ato terrorista, ofensas graves à integridade física e sequestro –, quer ir mais longe e chegar a quem, de forma direta ou indireta, contribuiu para o ataque pelo clima de ódio fomentado contra os jogadores.
Nesse sentido surgem os nomes de Bruno de Carvalho e Geraldes, que a 15 de maio – véspera da operação Cashball – tinham marcado uma reunião no centro de estágios, pelas 16h00, com todos os jogadores e equipa técnica, mas não compareceram à hora combinada. Os dois terão ficado reunidos em Alvalade e, às 17h00, estalou o terror no balneário em Alcochete.
PROVAS OBTIDAS EM CASO DE CORRUPÇÃO VÃO PARA PROCESSO DE AGRESSÕES