O labirinto
Uma breve estadia em Inglaterra permitiu-me rever a questão do ‘Brexit’. Para começar, boa parte da população não domina a matéria. Muitos viam na União Europeia (EU) um mecanismo complexo, assente no princípio da subsidiariedade e destinado sobretudo a dinamizar sinergias comerciais e, noutro plano, políticas de convergência. Aludir a projetos federalistas oua políticas de imigração era entrar em terreno tabu. Por outro lado, não poucas pessoas associavam a dureza das reações de Bruxelas a uma carga punitiva destinada a dissuadir eventuais dissidentes.
Entretanto, a recente orientação que a primeira–ministra britânica Theresa May definiu para o ‘Brexit’ implicou o abandono da anterior linha dura e dos seus apoiantes. Poderão, porém, as novas propostas de Londres – que salvaguardam o princípio da livre circulação de pessoas e uma diluição da questão da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda – convencer a UE da bondade de um acordo parecido aos que tanto a Noruega como a Suíça já desfrutam? De facto, não estão ainda adquiridas nem a concordância de Bruxelas, nem a aprovação do Parlamento britânico. O que pode levantar dificuldades inesperadas.
À UE UM ACORDO PARECIDO AOS DA NORUEGA E SUÍÇA