Correio da Manha

POLÍCIA CAÇA 158 CARTEIRIST­AS EM LISBOA

SEGURANÇA r PSP da capital deteve 158 carteirist­as entre 1 de janeiro e ontem, mais 48% do que no mesmo período de 2017 IMPUNIDADE dos detidos ficou em liberdade

- MIGUEL CURADO NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

Grande parte dos carteirist­as a atacar em Lisboa integram células de redes criminosas internacio­nais – a maioria da Europa de Leste e dos Balcãs – e chegam à capital portuguesa atraídos pela explosão de afluência turística. Atacam em grupos com três ou quatro elementos e furtam o dinheiro das carteiras, por vezes milhares de euros, e outros bens às vítimas. A PSP está à espera deles e, entre 1 de janeiro e ontem, apanhou 158 carteirist­as, mais 48% do que em igual período de 2017, em que foram detidos 107 carteirist­as. São quase todos soltos pelo Ministério Público.

O aumento nas detenções está ligado, segundo fonte do Comando de Lisboa (Cometlis) da PSP, à criação de equipas mistas de investigaç­ão às redes de carteirist­as. “Integram agentes da Divisão de Investigaç­ão Criminal e das divisões territoria­is do Cometlis”, explicou ao CM. O aumento do turismo em Lisboa no verão reflete-se nas estatístic­as. Em junho e julho foram detidos 72 carteirist­as, quase metade do total do ano. E a freguesia de Santa Maria Maior, onde fica a Baixa (uma das zonas mais visitadas), foi onde se registaram mais detenções: 90. Ao trabalho da PSP, no entanto, não correspond­e uma proposta do DIAP para medidas de coação privativas da liberdade – que sejam dissuasora­s do crime.

A grande maioria dos detidos seguem para julgamento­s sumários, na pequena instância, em que muitos não comparecem, regressand­o ao crime; em vez de serem presentes, sob detenção, ao Tribunal de Instrução Criminal. A moldura penal do furto simples, até três anos, é baixa, mas com indícios de que o carteirist­a faz disso modo de vida o crime passa a ser qualificad­o e é punível até cinco anos – passível de prisão preventiva. E são elevados os perigos de continuaçã­o de atividade criminosa (a maioria são reincident­es) e de fuga do País (estrangeir­os).

QUASE METADE (72) DOS 158 CARTEIRIST­AS FORAM DETIDOS EM JUNHO E JULHO

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Comando da PSP de Lisboa deteve 158 carteirist­as entre 1 de janeiro deste ano e ontem, uma forte subida face ao ano passado. O crime aumenta no verão
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