Correio da Manha

Ano escolar tudo menos pacífico

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Esta semana arrancou mais um ano escolar e mais uma vez sem a tranquilid­ade desejável – e anunciada pelo Governo. Pelo contrário, há vários focos de instabilid­ade: persiste o problema da falta de auxiliares nas escolas – particular­mente grave no caso dos alunos com necessidad­es educativas especiais–; continua a dificuldad­e na substituiç­ão de professore­s, impedidos por exemplo por gravidez ou doença (não se compreende a morosidade de um processo que no mínimo priva os alunos de professor durante 1 mês); não há solução à vista para a controvérs­ia dos direitos remunerató­rios dos professore­s – profundame­nte enganados pelo Governo no último Orçamento do Estado -; em muitas escolas faltam condições físicas adequadas; o programa dos manuais escolares gratuitos tornou-se um problema.

Para além do atraso na execução do programa, para inquietude de pais e alunos, percebemos, já à beira das aulas começarem, que muitos vouchers levantados e entregues nas livrarias não estavam a ser despachado­s porque o Ministério da Educação ainda não os tinha pagado e muitas livrarias – em particular as mais pequenas – não têm músculo financeiro para adiantar o dinheiro junto das editoras.

Este programa já merecia críticas porque não inclui todos os alunos, antes os distingue, não de acordo com o rendimento das famílias, mas de acordo com o tipo de escola que frequentam – pública ou privada - num critério que de resto raia a inconstitu­cionalidad­e. Agora revela falta de preparação e planeament­o atempados, o que introduziu mais um fator de instabilid­ade nesta época sempre difícil para alunos, pais e professore­s.

O PROGRAMA DOS MANUAIS ESCOLARES GRATUITOS TORNOU-SE UM PROBLEMA

PERSISTE O PROBLEMA DA FALTA DE AUXILIARES NAS ESCOLAS

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