Memorando de major assume encenação
MINISTRO r Papel deixado a chefe de gabinete de Azeredo Lopes admite denúncia encomendada GENERAL r Martins Pereira refere que entregou “documento verdadeiro” ao Ministério Público
Omemorando entregue ao chefe de gabinete do ministro da Defesa pelo major Vasco Brazão, inspetor-chefe da PJ Militar - que garante que Azeredo Lopes teve conhecimento do mesmo -, dando conta que a recuperação do arsenal furtado em Tancos foi uma encenação, referirá explicitamente que o esquema foi forjado às escondidas da Polícia Judiciária civil por imposição do informador, que não queria ser perseguido criminalmente.
O chefe de gabinete, tenente-general Martins Pereira, que saiu do cargo em dezembro
ADMITIDO QUE CHAMADA ‘ANÓNIMA’ FOI FEITA POR INVESTIGADOR DA PJM
passado - um mês após a reunião denunciada por Brazão -, fez ontem saber que por intermédio do seu advogado entregou na tarde de terça-feira “a documentação verdadeira” no Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Assumiu assim o memorando. Na semana passada, Martins Pereira não deu conta de ter recebido qualquer documento, confirmando apenas a reunião com Brazão e Luís Vieira e que “não me foi possível descortinar qualquer facto que indiciasse irregularidade ou indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos”. O CM sabe que o mesmo documento, que o advogado de Vasco Brazão, Ricardo Sá Fernandes, deverá entregar ao Ministério Público no novo interrogatório já requerido pelo major, admite que a chamada de uma cabine telefónica do Montijo dando conta do abandono das armas na Chamusca não foi anónima, pelo contrário. Estará escrito que foi o próprio Brazão a ordenar a um outro investigador da PJM que a fizesse.