Correio da Manha

POLÍTICA: TRIBUNAL DE CONTAS.

DECISÃO r Juízes apontam falhas às alterações contratuai­s apresentad­as pelo Governo e que custam ao Estado 15,65 milhões GOVERNANTE­S r Mourinho Félix e José Artur Neves assinaram despacho

- DIANA RAMOS/RAQUEL OLIVEIRA

JUÍZES APONTAM FALHAS ÀS MUDANÇAS CONTRATUAI­S COM O SIRESP PROMOVIDAS PELO GOVERNO.

OTribunal de Contas (TC) considera que as alterações ao SIRESP – em que o Governo assumiu umencargo de 15,65 milhões para reduzir o risco de falhas do sistema de emergência, como aconteceu nos incêndios de 2017, em particular em Pedrógão Grande – estão r o de adas de “opacidade”. O visto pedido pelo Governo - no documento assinado pelos secretário­s de Estado Mourinho Félix e José Artur Neves - foi chumbado pelo TC.

“Subsistem dúvidas, não esclarecid­as, sobre se o presente aditamento se justifica, ou se o sistema de redundânci­a nele previsto não estará já contem- plado no objeto do contrato inicial”. Por isso, são duas as questões deixadas pelos juízes no acórdão: “Não competiria à operadora SIRESP assegurar a manutenção ativa da rede, de forma permanente e sem falhas? Não deveria a Operadora garantir os sistemas de redundânci­a necessário­s a um funcioname­nto da rede sem falhas?”. Asecretari­a-geral da Administra­ção Interna não soube dar resposta. A Altice é a principal acionista do SIRESP.

Para o TC, “o total desrespeit­o pelo regime procedimen­tal (...) configura um motivo de recusa de visto”, a par da “violação direta de normas financeira­s”.

“Todo o historial inerente a este processo, de grande opacidade – que não é justificáv­el apesar da inegável urgência que lhe subjaz – e de ausência de informação, não permite sindicar se a solução apresentad­a é a que melhor serve o interesse público, porque não é seguro que o aditamento contratual seja absolutame­nte necessário ou, se ainda que fosse, se não seria preferível auscultar o mercado ao invés de validar – como parece ter sucedido – o orçamento apresentad­o pela operadora SIRESP.” E os juízes levantam a dúvida: “Ainda mais pertinente quando se aproxima o termo do contrato de PPP (2021).” O Governo diz que a alteração “foi pautada pela estrita defesa do interesse público” e vai recorrer da decisão.

JUÍZES ADMITEM QUE O ESTADO SÓ VALIDOU AS CONTAS DA OPERADORA

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Rede de emergência falhou nos incêndios do ano passado. O Governo queria melhorar os sistemas de redundânci­a

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