MUNDO: BRASIL.
INDECISÃO r A maioria dos partidos brasileiros recusou declarar publicamente o seu apoio a Bolsonaro ou Haddad na segunda volta e optou por deixar os eleitores decidir livremente
PARTIDOS MODERADOS RECUSAM APOIAR BOLSONARO OU HADDAD NA SEGUNDA VOLTA DAS PRESIDENCIAIS.
Numa situação inédita que espelha o extremo a que chegou a divisão política no Brasil, a maior parte dos partidos está a recusar apoiar na segunda volta das presidenciais tanto o candidato da extrema–direita, Jair Bolsonaro, que venceu a primeira volta, como o candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, que ficou em segundo. Os partidos estão a optar por se manterem neutros ou, simplesmente, não tomarem qualquer posição.
Dois dos três maiores partidos do Brasil, o Movimento Democrático Brasileiro, de Michel Temer, e o Partido da Social De-
EXTREMISMO DE BOLSONARO E HADDAD ASSUSTA MODERADOS
mocracia Brasileira, do quarto colocado na primeira volta, Geraldo Alckmin, até ontem não tinham conseguido decidir quem apoiar.
Do lado mais conservador, o Partido Novo e o Partido Democratas declararam-se neutros, tal como o partido Podemos, do candidato Álvaro Dias. À esquerda, dos grandes, só o Partido Socialista Brasileiro, declarou apoio a Haddad. Já o Partido Popular Socialista anunciou que não apoiaria ninguém pois tanto Bolsonaro quanto Haddad “representam ditaduras”, e o Partido Democrático Trabalhista, de Ciro Gomes, terceiro na primeira volta, apesar de já ter anunciado oposição firme a Bolsonaro, ainda não declarou apoio a Haddad.
O chamado ‘Centrão’, grupo de partidos que sempre apoiam quem está no poder (já serviu de base aos governos de Lula, Dilma e Temer) e que na primeira volta apoiou Alckmin, trilha a mesma indefinição, com exceção do Partido Trabalhista Brasileiro, que declarou apoio a Bolsonaro. O maior do grupo, o Partido Progressistas, declarou neutralidade, enquanto o Partido da República, apesar da base evangélica idêntica ao Partido Social Liberal, de Bolsonaro, evitou dar-lhe o seu apoio.