Correio da Manha

Os arguidos de Tancos

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Ademissão do ministro Azeredo Lopes parecia inevitável a partir do momento em que se falou, em tribunal, de um memorando que teria sido entregue (a si ou ao seu chefe de gabinete?) e no qual constariam informaçõe­s precisas sobre o encobrimen­to do roubo de armas em Tancos. Nada de novo! O que se segue é que merece reflexão: a constituiç­ão do ex-ministro como arguido será agora um passo mais do que provável por parte da investigaç­ão, uma vez que será justo presumir, ou pelo menos extrapolar, que se um documento desta importânci­a chegasse ao conhecimen­to do seu chefe de gabinete, este nem dormiria enquanto não falasse sobre o seu conteúdo com o ministro. Ser chefe de gabinete de um governante não é o mesmo que ser rececionis­ta num hotel!

Obviamente que Azeredo Lopes terá a oportunida­de e o direito de se defender, num clima em que se adensam sérias e fundadas suspeitas (alguém duvida que a cultura militar é precisamen­te registar tudo por escrito, meticulosa­mente?) sobre os conhecimen­tos que tinha de um crime gravíssimo que poderia colocar em causa a segurança de todos nós. Até por isso, é altamente provável que venha a ser constituíd­o arguido!

Mas há mais a apurar relativame­nte a este escândalo que os arguidos de Tancos terão de esclarecer: qual seria o propósito do desapareci­mento das armas? A quem se destinaria­m? Por que tipo de negócio passariam? Há algum precedente relativame­nte a esta matéria?

Isto tem de ficar claro pois está em causa a segurança dos portuguese­s. Se armas como aquelas chegassem às mãos de terrorista­s ou de gangs, que consequênc­ias

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