Correio da Manha

Donos de café exigem 8,1 milhões a Oeiras

CASO r Município negou aos donos o direito de opção e concession­ou o espaço a outra empresa VALOR r Pedido de indemnizaç­ão engloba rendimento­s médios do café desde 1992 e até 2012

- CATARINA CARDETA/ /CLÁUDIA MACHADO* LUSA

OTribunal Administra­tivo de Lisboa começa hoje a julgar um processo sobre a indemnizaç­ão pedida pelos donos do histórico café Ribamar, em Algés, à Câmara de Oeiras. Na ação judicial, que foi iniciada há 25 anos, Horácio Augusto Sobreira e a mulher, atualmente com 88 e 83 anos, exigem à autarquia o pagamento de 8,1 milhões de euros.

PROCESSO ENTRE CASAL E A CÂMARA ARRASTA-SE NA JUSTIÇA HÁ 25 ANOS

Isaltino Morais, atual presidente do município e que também ocupava o cargo quando o caso começou, foi mesmo chamado a depor pela juíza Maria Carolina Duarte.

O café Ribamar estava instalado num pavilhão com três pisos - nos quais funcionava­m um café, um restaurant­e e um salão de jogos - no Jardim de Algés, junto à Marginal. Após mais de 50 anos a ser explorado pela Sociedade Pavilhões de Algés (SPA), os proprietár­ios foram obrigados a fechar e a dispensar dezenas de empregados. A ordem foi decretada pela autarquia, depois do contrato de concessão ter chegado ao fim, em 1992. O espaço foi depois concession­ado a outra empresa.

Os lesados evocam o direito de opção sobre a melhor proposta do concurso em hasta pública, previsto no mesmo contrato e que lhes foi negado.

O caso chega agora ao Tribunal Administra­tivo de Lisboa depois de um acórdão do Tribunal Central Administra­tivo Sul ter decidido que as partes de- vem chegar a um acordo sobre o valor da indemnizaç­ão a que a SPA “tem direito”. Os 8,1 milhões exigidos dão conta dos rendimento­s do pavilhão durante 20 anos, desde 1992 até 2012, prazo máximo do contrato de concessão, e ainda as custas do processo.

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Café Ribamar, que se estendia por três pisos, foi explorado pela Sociedade Pavilhões de Algés durante mais de 50 anos

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