Guarda prisional morta por bala esquecida
FORMAÇÃO r Guarda de nidade de elite dos Serviços Prisionais terá falhado nos procedimentos de segurança ao passar a arma à vítima DEPOIMENTO r Ex- militar só falou à PJ ao final do dia
Oformador de tiro responsável pelo disparo acidental que matou a guarda prisional Carla Amorim, na cadeia de Paços de Ferreira, pertence ao Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP) –un idade de elited a Direçã o-Geral de Serviços Prisionais destinada a combater motins nas prisões – e tem uma longa carreira como formador.
O guarda principal Oliveira tem perto de 50 anos e está há 20 na guarda prisional. Já foi militar e integrou, por exemplo, o batalhão de paraquedistas, com missões na ex-Jugoslávia.
Eram 11h00 de terça-feira quando Oliveira e um colega iniciaram a aula enquadrada na ação de formação anual de tiro, ao grupo onde estava inserida a guarda Carla Amorim. Ao que o CM apurou, a ideia era explicar os procedimentos de segurança da arma, uma HK USP de calibre 9 mm (ver caixa). Depois de exemplificarem a forma de introduzir e retirar o carregador, os formadores pediram a cada aluno para que repetissem a operação. A tragédia que tirou a vida a Carla Amorim ocorreu quando o guarda principal Oliveira quis passar a pistola HK à guarda prisional.
Pensando que a mesma estaria completamente descarregada, o formador carregou no gatilho. A pistola, no entanto, tinha uma bala na câmara. Colegas e o outro formador de Carla Amorim assistiram, incrédulos. A mulher, de 32 anos, foi atingida no peito e tombou inanimada.
Equipas médicas do hospital de Penafiel e os bombeiros de Paços de Ferreira foram chamadas de urgência para assistir Carla Amorim, mas a jovem natural de Baião acabou por morrer. Em choque, o guarda principal Oliveira só conseguiu explicar o sucedido ao final da tarde. Prestou depoimento, juntamente com o formador, na Polícia Judiciária. A ambos foi sugerido que entrassem em baixa clínica.
CARREGOU NO GATILHO, PENSANDO QUE ARMA ESTAVA DESCARREGADA