Correio da Manha

PÂNICO NO CÉU

Aeronave sem controlo entre Alverca, Ribatejo e Alentejo

- JOÃO CARLOS RODRIGUES / /ANTÓNIO LÚCIO

Mayday! Mayday! Estamos sem controlos. Vamos amarar.” Foi este o alerta recebido nas comunicaçõ­es da navegação aérea pelas 13h48, quando um avião da Air Astana que tinha partido de Alverca minutos antes ficou desgoverna­do e deixou a tripulação, estrangeir­a, em pânico. Nesta altura, a aeronave já tinha sofrido uma queda dos 7600 metros para os 1500 metros em poucos segundos. Foram minutos de ansiedade e terror, acompanhad­os em terra pelo sinal de radar durante quase duas horas.

No interior do Embraer ERJ190LR seguiam apenas os seis tripulante­s, rumo a Minsk capital da Bielorrúss­ia, depois de trabalhos de manutenção nas oficinas das OGMA. Com a aeronave totalmente desgoverna­da – “falha crítica nos sistemas de navegação e controlo de voo”, segundo fonte aeronáutic­a – o piloto procurava um local seguro para pousar. Nas comunicaçõ­es com a torre, percebe- –se o nervosismo do piloto, que questionav­a a que distância estava do mar. A resposta – mais de 40 milhas – levou a decidir pela amaragem no rio Tejo. No entanto, dois caças F-16 levantaram de Monte Real e intercetar­am o Embraer numa altura em que o piloto recuperou parcialmen­te o controlo. Os pilotos portuguese­s escoltaram a aeronave até uma zona – a oeste de Santarém – onde as condições climatéric­as eram mais favoráveis. Já com a aeronave estabiliza­da, a aterragem ocorreu, à terceira tentativa, em Beja.

DOIS CAÇAS F-16 FIZERAM ESCOLTA ATÉ BEJA APÓS ACALMAREM O PILOTO

RADAR MOSTRA AVIÃO DESGOVERNA­DO DURANTE QUASE DUAS HORAS

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ?? ATERRAGEM EM BEJA OCORREU PELAS 15H28, MAS APENAS À TERCEIRA TENTATIVA DEVIDO AO CONTROLO LIMITADO QUE O PILOTO TINHA.
ATERRAGEM EM BEJA OCORREU PELAS 15H28, MAS APENAS À TERCEIRA TENTATIVA DEVIDO AO CONTROLO LIMITADO QUE O PILOTO TINHA.
 ??  ?? BASE AÉREA Nº 11 SERVIU DE ‘ESTACIONAM­ENTO’ APÓS A ATERRAGEM ARRISCADA E POR HAVER NESTE LOCAL MEIOS PRONTOS A ATUAR.
BASE AÉREA Nº 11 SERVIU DE ‘ESTACIONAM­ENTO’ APÓS A ATERRAGEM ARRISCADA E POR HAVER NESTE LOCAL MEIOS PRONTOS A ATUAR.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal