PÂNICO NO CÉU
Aeronave sem controlo entre Alverca, Ribatejo e Alentejo
Mayday! Mayday! Estamos sem controlos. Vamos amarar.” Foi este o alerta recebido nas comunicações da navegação aérea pelas 13h48, quando um avião da Air Astana que tinha partido de Alverca minutos antes ficou desgovernado e deixou a tripulação, estrangeira, em pânico. Nesta altura, a aeronave já tinha sofrido uma queda dos 7600 metros para os 1500 metros em poucos segundos. Foram minutos de ansiedade e terror, acompanhados em terra pelo sinal de radar durante quase duas horas.
No interior do Embraer ERJ190LR seguiam apenas os seis tripulantes, rumo a Minsk capital da Bielorrússia, depois de trabalhos de manutenção nas oficinas das OGMA. Com a aeronave totalmente desgovernada – “falha crítica nos sistemas de navegação e controlo de voo”, segundo fonte aeronáutica – o piloto procurava um local seguro para pousar. Nas comunicações com a torre, percebe- –se o nervosismo do piloto, que questionava a que distância estava do mar. A resposta – mais de 40 milhas – levou a decidir pela amaragem no rio Tejo. No entanto, dois caças F-16 levantaram de Monte Real e intercetaram o Embraer numa altura em que o piloto recuperou parcialmente o controlo. Os pilotos portugueses escoltaram a aeronave até uma zona – a oeste de Santarém – onde as condições climatéricas eram mais favoráveis. Já com a aeronave estabilizada, a aterragem ocorreu, à terceira tentativa, em Beja.
DOIS CAÇAS F-16 FIZERAM ESCOLTA ATÉ BEJA APÓS ACALMAREM O PILOTO
RADAR MOSTRA AVIÃO DESGOVERNADO DURANTE QUASE DUAS HORAS