Correio da Manha

Oficiais sem horas extra nem refeições

DENÚNCIA r Sindicato já alertou Ministério, mas não obteve resposta EXEMPLO r Há interrogat­órios a detidos que decorrem ao fim de semana

- DÉBORA CARVALHO

Os funcionári­os judiciais reclamam o pagamento de horas extraordin­árias e de mais uma refeição nos dias em que permanecem no tribunal depois do horário de saída.

No Tribunal Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, os casos mais frequentes estão relacionad­as com a apresentaç­ão de detidos para primeiro interrogat­ório judicial. Em processos com muitos presos, como foi o caso da detenção de elementos dos Hells Angels, a di-

FUNCIONÁRI­OS JUDICIAIS ESTÃO EM GREVE PARCIAL ATÉ AO FINAL DO ANO

ligência costuma durar várias horas ou até prolongar-se para o dia seguinte. “Não pagam o jantar, nem as horas extra. Os serviços prisionais asseguram, por exemplo, as refeições aos presos”, explicou ao CM o presidente do Sindicato de Funcionári­os Judiciais, Fernando Jorge. Os funcionári­os ficam nos tribunais, muitas vezes, até de madrugada. Acontece também aos fins de semana. Na prática, recebem o mesmo que o colega que saiu às17h 00 de sexta-feira.

O sindicato já alertou a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, mas ainda não recebeu qualquer resposta. As negociaçõe­s com a tutela estão paradas. Os funcionári­os judiciais estão em greve parcial, entre as 09h00 e 11h00, até ao final do ano. Reúnem-se hoje em plenário no Campus de Justiça. As reivindica­ções passam, entre outras, pelo estatuto profission­al, a falta de mil funcionári­os e as promoções na carreira.

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Funcionári­os judiciais reclamam melhores condições nos tribunais

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