O novo pacto
Depois da inexplicável boleia que a ministra da Justiça deu às propostas indigentes do PSD para a justiça, levando-as à discussão com os outros partidos, socialistas e sociais-democratas convergem na nova estratégia de partir a espinha ao Ministério Público. Sem a ferocidade de Sócrates, os grupos parlamentares do PS e do PSD preparam-se para dar uma golpada no Estatuto do Ministério Público, impondo regras que não estavam lá antes do documento entrar no Parlamento, nomeadamente na composição do Conselho Superior do Ministério
O BLOCO CENTRAL DOS INTERESSES QUER CONCRETIZAR UM PERVERSO PACTO
Público. Contrariando todas as recomendações internacionais, o PS atrela-se a uma perspetiva primária sobre a separação de poderes, verbalizada pelo deputado Carlos Peixoto, do PSD, que é a defendida pela direção de Rio. Ao politizar a justiça e, em particular, partindo a espinha ao Ministério Público por via hierárquica, o Bloco Central dos Interesses plasmado nesta aliança quer concretizar um novo e perverso pacto que vai abrir caminho a todo o tipo de manipulações. Nada disto está na matriz do PS e nem sequer do PSD em matéria de construção de uma justiça democrática. Tudo isto tem como consequência, a prazo, abrir caminho aos mais perigosos e inesperados populismos.