Amante atropelado por camião de marido traído
HOMICÍDIO r Motorista movido pelos ciúmes invadiu a berma da estrada e atropelou o rival JULGAMENTO r Quatro anos após o crime, família da vítima quer que o arguido “pague pelo que fez”
Três meses depois de saber que a mulher tinha mantido uma relação amorosa com um colega de trabalho, um camionista, de 41 anos, atropelou mortalmente o rival utilizando como arma o camião com que trabalhava numa empresa de laticínios da Toc ha, C ant anhede.
O s fac to s ocorreram a 17 de setembro de 2014, mas só este ano o motorista foi acusado de homicídio qualificado, após a investigação concluir que o atropelamento de Rui Ribeiro, 31 anos, não foi acidental. O julgamento esteve marcado no Tribunal de Coimbra mas foi adiado porque o ar- guido, que está emigrado em França, não tinha sido notificado, tendo sido feita nova marcação para o início do ano.
Pedro Martins, a mulher e a vítima trabalhavam na mesma empresa, sendo a relação extraconjugal motivo de conversa entre os colegas. O crime ocorreu já depois de a mulhe r lhe ter confirmado que tinha mantido esse caso amoroso mas que já teria terminado. A 17 de setembro pelas 04h00 Pedro Martins deslocava-se para o trabalho e no percurso viu Rui Ribeiro parado na berma junto ao carro.
Suspeitando que estivesse à espera da mulher, que fazia o turno das 21h00 às 05h00, “logo ali formulou o propósito de lhe tirar a vida”, refere a acusação. Foi à empresa buscar o camião, mas alterou o trajeto que estava previsto e dirigiu-se à rua, em Pereirões, onde se encontrava Rui Ribeiro. Aproveitando o facto de estar “de costas para a via onde circulava, completamente indefeso”, guinou o volante e invadiu a berma. Embateu nas costas da vítima que foi projetada para o chão e arrastada pelo camião 25 metros.
A família de Rui Ribeiro sempre acreditou que o atropelamento tinha sido intencional. “Só queremos que ele pague pelo que fez. Tem sido um grande sofrimento nestes anos”, diz a avó, Lucília Santos.
VÍTIMA ATINGIDA PELAS COSTAS E ARRASTADA 25 METROS PELO CAMIÃO