PRAGA DA VESPA EXPANDE-SE DE NORTE PARA SUL
Prejuízos de milhões. Produção de mel cai
EXPANSÃO Espécie invasora e predadora das abelhas está a propagar-se para sul e para o interior e já chegou ao Médio Tejo e ao norte do Alentejo
NÚMEROS Detetados quase cinco mil ninhos desde o início do ano, com maior presença nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto. Mais de 1200 ainda não foram destruídos
Sete anos após a chegada a Portugal, a vespa-asiática continua em propagação para sul, já provocou prejuízos milionários na apicultura e, indica a Federação Nacional dos Apicultores, “é um problema de saúde pública”.
Só este ano, e até 20 de novembro, foram detetados 4951 ninhos em todo o País, mas 1219 destes ainda não foram destruídos (ver infografia). “Os concelhos mais afetados situam-se nos distritos de Viana do Castelo e Braga, seguidos dos do Porto”, indica ao CM o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.
“Não há apoio nenhum, além da monitorização da vespa. Mas as perdas são enormes, temos de suportar a alimentação das abelhas que, vigiadas pelas vespas, não saem das colmeias e só isso representa mais de 20 euros por colmeia. Deixamos de ter receita e temos um custo acrescido”, referiu Manuel Gonçalves, líder federativo dos apicultores, que indica uma perda de rendimento de 30% na produção de mel e o prejuízo de “mais de dois milhões de euros na área afetada”. Outra preocupação é a propagação desta espécie invasora e predadora de abelhas: “Chegou a Nisa (Portalegre), Mação (Santarém), ao Médio Tejo, e a Norte já vai para a Terra Quente (Trás-os-Montes).”
Já João Valente, da Associação de Apicultores do Norte, diz que “os pequenos apicultores estão a desaparecer e, nos últimos anos, foram já centenas deles”. “Não vejo solução à vista. Há muita investigação, mas não se veem resultados”, acrescenta. A vespa-asiática mata e decapita as abelhas, pelo que é conhecida por ‘vespa assassina’.
PRODUÇÃO DE MEL COM REGISTO DE QUEBRA DE 30 POR CENTO