Agarrar o touro pelos cornos
Adiscussão relativamente à utilização de provérbios com referência a animais caiu como uma bomba no espaço público: frases como ‘matar dois coelhos de uma cajadada só’ ou ‘tirar o cavalinho da chuva’ já estão a ser objeto de censura por parte de organizações internacionais e até já há partidos políticos na nossa Assembleia da República a dar respaldo a essas intenções. Já se fazem, inclusivamente, fantásticas comparações: tal como se proíbem expressões homofóbicas ou racistas, também se deveriam abandonar definitivamente estes provérbios populares cheios de crueldade animal na sua génese linguística e moral.
Não me admiraria, por isso, que em breve se encontre no Parlamento o contexto ideal para uma proposta de lei que decida impor os provérbios que podemos ou não proferir, e já agora também aqueles que podem ou não ser ensinados na escola, ou aqueles que podem ou não constar de romances ou contos com um mínimo de decência.
É assim que as democracias começam a definhar e que os sistemas de censura voltam a reaparecer, encapotados em formas de avanço civilizacional. É assim que percebemos a inutilidade e o vazio de muitas das organizações políticas que hoje subsistem no espectro político português, e os milhares de euros que por ano são gastos de dinheiro dos portugueses em discussões estéreis e em subvenções que não deveriam existir. Quem quiser dizer ou defender disparates, que o faça com o seu próprio dinheiro, e não com dinheiro dos contribuintes! Não há aqui espaço para meias palavras ou intenções dúbias: temos de