A paixão pelo novo
Somos animais de hábitos. A frase surge por vezes com ligeireza mas a verdade é que a repetição cria hábito e este muito facilmente gera dependência. A certa altura podemos não saber a quantas anda a nossa liberdade. E está lançado o que não podemos evitar porque tal como as árvores a vida traz e cria raízes. E tanto nas árvores como em nós as raízes ganham vigor e acabam por determinar as regras que comandam a vida. Daí a certeza de que não há tempos mortos na nossa existência.
Vivemos mais uma época marcada pela história - o nascimento de Jesus - com razão e emoção. A ponto de a história destes dois mil anos só se entender situando a época cristã como determinante nas raízes e marcas da nossa civilização.
E cada novo ano tem sentido como expectativa da surpresa que sempre nos visita e estimula o fascínio do recomeço. É por aí que andamos nestes dias que muito rapidamente deixam de ser Ano Novo. Não perguntamos a Deus o que tem para nos revelar nes- te ano. Mas que tenhamos luz e força para gerir o novo tempo e cumprir o que Ele já nos revelou dizendo que toda a atenção é pouca para o que chamamos sinais dos tempos. São sinais de Deus, muitos dos quais desenhados com o nosso próprio punho como autores da história que é nossa e de Deus. Ou o contrário, de Deus e nossa. Vamos bem na procura desta luz, convictos de que Deus é o grande autor e nos convida para a colaboração do projeto que apenas a sua inteligência pode desenhar. O futuro não é uma ameaça mas um desafio de recriação. Sabemos que a Deus pertence mas somos executantes dessa sinfonia cósmica ainda que por vezes dissonante. As dissonâncias também entoam a ode que exprime a grandeza e o belo escondidos em quanto está dentro de nós e nos rodeia. E se nos atrevemos a ser intérpretes rigorosos dos diferentes tempos estaremos enquadrados no projecto de sublimidade que Deus constantemente nos revela. É uma boa forma de começarmos aquilo a que chamamos Ano Novo.
TENHAMOS LUZ E FORÇA PARA GERIR O NOVO TEMPO E CUMPRIR O QUE DEUS JÁ NOS REVELOU