Corrupção na messe
Tenho acompanhado com atenção o julgamento sobre a alegada rede de corrupção que grassava nas messes da Força Área. As declarações produzidas pelo Major Rogério Martinho, que decidiu falar em Tribunal e assumir os factos por ele praticados e denunciar toda a factualidade que sobre a matéria ele tinha conhecimento, e aparentemente tinha conhecimento de quase tudo, é arrepiante. A ser verdade o que ele tem dito, as messes daquele ramo das forças armadas eram geridas por uma espécie de rede mafiosa, que
MESSES DA FORÇA AÉREA ERAM GERIDAS POR UMA ESPÉCIE DE REDE MAFIOSA
sobrefaturava os bens alimentícios que adquiria para alimentação dos militares, distribuindo elevados lucros por todos os envolvidos. A forma como se organizavam, inclusive a forma como foram feitas visitas àqueles que foram presos na primeira parte do processo e as coisas que sub-repticiamente lhes eram ditas, são demasiado parecidas com o que vimos nos filmes mafiosos. A ser verdade, a corrupção era transversal à cadeia hierárquica, pois começava nos sargentos, atravessava a classe de oficiais, com tenentes, capitães e majores, para acabar num majorgeneral. Era um fartar à vilanagem e que aparentemente era quase feito às claras, tão grande era a sensação de impunidade.