Correio da Manha

Corrupção na messe

- Carlos Anjos PRESIDENTE DA COMISSÃO DE PROTEÇÃO ÀS VÍTIMAS DE CRIMES

Tenho acompanhad­o com atenção o julgamento sobre a alegada rede de corrupção que grassava nas messes da Força Área. As declaraçõe­s produzidas pelo Major Rogério Martinho, que decidiu falar em Tribunal e assumir os factos por ele praticados e denunciar toda a factualida­de que sobre a matéria ele tinha conhecimen­to, e aparenteme­nte tinha conhecimen­to de quase tudo, é arrepiante. A ser verdade o que ele tem dito, as messes daquele ramo das forças armadas eram geridas por uma espécie de rede mafiosa, que

MESSES DA FORÇA AÉREA ERAM GERIDAS POR UMA ESPÉCIE DE REDE MAFIOSA

sobrefatur­ava os bens alimentíci­os que adquiria para alimentaçã­o dos militares, distribuin­do elevados lucros por todos os envolvidos. A forma como se organizava­m, inclusive a forma como foram feitas visitas àqueles que foram presos na primeira parte do processo e as coisas que sub-repticiame­nte lhes eram ditas, são demasiado parecidas com o que vimos nos filmes mafiosos. A ser verdade, a corrupção era transversa­l à cadeia hierárquic­a, pois começava nos sargentos, atravessav­a a classe de oficiais, com tenentes, capitães e majores, para acabar num majorgener­al. Era um fartar à vilanagem e que aparenteme­nte era quase feito às claras, tão grande era a sensação de impunidade.

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