No clube PSD
Odilema no PSD é o mesmo de um grande clube de futebol: segurar o treinador até ao final do campeonato na esperança de que seja capaz de um resultado honroso ou apostar numa chicotada psicológica, substituindo o “mister” na expectativa de que traga uma nova dinâmica vencedora capaz de salvar a época.
Na verdade, a angústia da escolha nem é assim tanta. Rui Rio rodeou-se de uma equipa polémica e pouco mobilizadora, raramente acertou no tempo e no discurso de oposição, fê-lo bastas vezes de forma desastrada e colecionou casos. Internamente, não só não foi capaz de unir o partido como o
RUI RIO RODEOU-SE DE UMA EQUIPA POLÉMICA E POUCO MOBILIZADORA
fraturou e acantonou.
Tudo isto seria irrelevante se o PSD não estivesse nas sondagens a grande distância do primeiro classificado e a perder pontos para o CDS. O campeonato está perdido, agora já só interessa salvar a face. Luís Montenegro preferia certamente outro “timing”, mas vai avançar para dar ao partido uma prova de vida, assumindo os riscos de o fazer com eleições à porta.
O desafio estará em provar que não se trata apenas de uma luta de fações pelo poder dentro do PSD, mas de um genuíno interesse em lhe dar outro rumo e outro impulso. Veremos se os sociaisdemocratas optam por manter o treinador (se este for a jogo) ou avançam para a chicotada psicológica.