Correio da Manha

Disparam reformas no público e no privado

CORTES Lei que permite acesso às pensões sem penalizaçã­o deu impulso aos trabalhado­res com longas carreiras contributi­vas CGA Cresciment­o na atribuição das reformas aos funcionári­os públicos atinge os 43%, segundo listas oficiais

- ANTÓNIO SÉRGIO AZENHA NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

Eem 2018, cerca de 37 600 pessoas passaram à reforma na Administra­ção Pública e no setor privado. Com o envelhecim­ento da população e o fim da crise financeira, que levou à aplicação de cortes nas pensões entre 2011 e 2014, constata-se que há de novo uma corrida à aposentaçã­o em ambos os setores da atividade económica: público e privado. Para este disparar do número de aposentado­s terá contribuíd­o de forma decisiva a despenaliz­ação das carreiras contributi­vas mais longas.

O maior número de reformados concentra-se no regime geral da Segurança Social: ao que o CM apurou, no ano passado mais de 20 mil pessoas solicitara­m a passagem à reforma. Os dados da Segurança Social relativos a 2017 ainda não são conhecidos, mas, segundo a mesma fonte, o número de refor- mados terá sido superior em 2018 face ao ano anterior.

O universo de aposentado­s na Administra­ção Pública aumentou também em 2018: no ano passado, segundo os dados da Direção-Geral do Orçamento de janeiro a novembro e a lista de aposentado­s da Caixa Geral de Aposentaçõ­es (CGA) de dezembro, passaram à reforma, em 2018, 17 595 funcionári­os públicos.

Em comparação com o ano anterior, este número representa um aumento de 43%. Ou seja, em 2018 aposentara­m-se mais 5297 pessoas na Função Pública. Para o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administra­ção Pública (FESEAP), esta corrida às reformas explica-se, em grande parte, com “o fim dos cortes nas pensões e a despenaliz­ação das carreiras contributi­vas mais longas”. José Abraão considera que, “com o envelhecim­ento natural da população, as aposentaçõ­es tenderão a aumentar em Portugal”.

A análise das listas mensais da CGA indica que entre as novas aposentaçõ­es em 2018 contam-se mais de 150 novos reformados da Função Pública com pensões de valor superior a quatro mil euros por mês. Em setores como a Justiça, Ensino Superior e Saúde, por exemplo, são atribuídas pensões dessa ordem de grandeza.

150 NOVOS REFORMADOS RECEBEM MAIS DE QUATRO MIL EUROS POR MÊS

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Mais de 37 mil portuguese­s passaram a reformados o ano passado, entre funcionári­os públicos e trabalhado­res por conta de outrem, apurou o CM

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