Disparam reformas no público e no privado
CORTES Lei que permite acesso às pensões sem penalização deu impulso aos trabalhadores com longas carreiras contributivas CGA Crescimento na atribuição das reformas aos funcionários públicos atinge os 43%, segundo listas oficiais
Eem 2018, cerca de 37 600 pessoas passaram à reforma na Administração Pública e no setor privado. Com o envelhecimento da população e o fim da crise financeira, que levou à aplicação de cortes nas pensões entre 2011 e 2014, constata-se que há de novo uma corrida à aposentação em ambos os setores da atividade económica: público e privado. Para este disparar do número de aposentados terá contribuído de forma decisiva a despenalização das carreiras contributivas mais longas.
O maior número de reformados concentra-se no regime geral da Segurança Social: ao que o CM apurou, no ano passado mais de 20 mil pessoas solicitaram a passagem à reforma. Os dados da Segurança Social relativos a 2017 ainda não são conhecidos, mas, segundo a mesma fonte, o número de refor- mados terá sido superior em 2018 face ao ano anterior.
O universo de aposentados na Administração Pública aumentou também em 2018: no ano passado, segundo os dados da Direção-Geral do Orçamento de janeiro a novembro e a lista de aposentados da Caixa Geral de Aposentações (CGA) de dezembro, passaram à reforma, em 2018, 17 595 funcionários públicos.
Em comparação com o ano anterior, este número representa um aumento de 43%. Ou seja, em 2018 aposentaram-se mais 5297 pessoas na Função Pública. Para o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESEAP), esta corrida às reformas explica-se, em grande parte, com “o fim dos cortes nas pensões e a despenalização das carreiras contributivas mais longas”. José Abraão considera que, “com o envelhecimento natural da população, as aposentações tenderão a aumentar em Portugal”.
A análise das listas mensais da CGA indica que entre as novas aposentações em 2018 contam-se mais de 150 novos reformados da Função Pública com pensões de valor superior a quatro mil euros por mês. Em setores como a Justiça, Ensino Superior e Saúde, por exemplo, são atribuídas pensões dessa ordem de grandeza.
150 NOVOS REFORMADOS RECEBEM MAIS DE QUATRO MIL EUROS POR MÊS