Militares estiveram 50 horas aos tiros
ATAQUE • Paraquedistas lusos em tiroteio com armas pesadas FUGA • Guerrilha em debandada
Amissão é de paz, mas as sucessivas ameaças à população e ataques violentos indiscriminados levaram a ONU a ativar os militares portugueses em missão na República Centro-Africana (RCA) para a frente de combate de Bambari, uma zona controlada até agora pelo grupo armado UPC. Foram 50 horas de tiroteio no fim de semana, com os elementos da Força de Reação Rápida a enfrentar guerrilheiros armados com lança-rockets.
CONFRONTOS APÓS ONU TER ACIONADO FORÇA NACIONAL PARA BAMBARI
Segundo fontes militares, a decisão dos chefes da MINUSCA (nome da missão da ONU naquele país) foi tomada na quinta-feira, após um “violento ataque de um grupo armado no centro da cidade” de Bambari, e levou à rápida intervenção da força militar portuguesa.
A operação levou à “debandada do centro da cidade do grupo UPC, que tem vindo sucessivamente a minar o processo de paz e de estabilização da RCA”. Mas a fuga dos guerrilheiros levou a ONU a manter o empenhamento dos paraquedistas portugueses da Força de Reação Rápida numa nova operação para “pressionar para fora da região de Bambari os rebeldes e forçar as negociações para a paz”. Os confrontos ocorreram logo nas primeiras horas de sábado, com especial intensidade na vila de Bokolobo, a 60 km de Bambari, onde se encontrava o líder rebelde Ali Darassa. Ape- sar da resistência da UPC durante mais de dois dias, já na madrugada de ontem os militares lusos desferiram um duro golpe na capacidade de ação dos guerrilheiros, destruindo o quartel-general da UPC e capturando grandes quantidades de material bélico (armamento pesado, granadas e metralhadoras). Na sequência desta ação, a UPC acedeu a estabelecer conversações com as autoridades governamentais.