Uma questão nacional
Há coisas que deveriam dispensar uma explicação, mas que um espaço público tão poluído e até envenenado obrigam a reafirmar: o futuro do PSD não é uma “questão interna” que não diga respeito ao futuro do País ou uma “questão menor” da política nacional. A questão da liderança do PSD é um tema central e vital nas soluções de governabilidade democrática de Portugal.
O PSD está para o atual sistema democrático português como um dos pontos cardeais para a navegação terrestre. Por tudo o que representa na construção de Portugal pós-25 de Abril, o PSD é um referencial da sociedade e um património de conhecimento e ação política inestimável. O Partido está no centro do chamado arco da governação e do funcionamento da alternância democrática. Reformista, humanista e europeísta, o PSD é ainda um ativo contra a propagação do populismo e a fragmentação incerta do espetro político.
Por tudo isto se torna fundamental dispor de um PSD forte e mobilizador na sociedade portuguesa, esclarecido nos princípios e democraticamente combativo. Uma Oposição ausente do País real, destituída de causas e desígnios, subserviente a uma agenda tática, não interessa nem ajuda o País. Infelizmente, foi esse o falhanço que alcançou.
O desafio lançado por Luís Montenegro à liderança do PSD, a que me associei na primeira hora, visa tão somente isto: clarificar e restituir o papel do PSD na vida nacional, criando novamente condições para a formação de uma alternativa de governação à Geringonça. Tão somente isto, antes que seja tarde de mais. O falhanço do PSD como Oposição e alternativa será o próprio falhanço da democracia.
É em nome deste interesse nacional (e não por qualquer agenda pessoal) que se abre esta encruzilhada. Quando os princípios e as circunstâncias o justificam, os lugares cativos da Política devem ceder, sem medo, posição ao debate democrático e à escolha livre.
O FALHANÇO DO PSD
COMO OPOSIÇÃO
E ALTERNATIVA SERÁ O PRÓPRIO FALHANÇO
DA DEMOCRACIA